O secretário de Estado da Economia afirmou que a recuperação da Efacec pela Mutares, o fundo alemão vencedor do processo de privatização, deve levar entre 3 a 5 anos e, nessa altura, o Estado espera conseguir recuperar o montante investido na empresa.
Numa entrevista à Antena1 e ao Jornal de Negócios, Pedro Cilínio recusou revelar o valor da venda, mas adiantou que a proposta apresentada era a mais rentável, o que será um elemento decisivo para a aprovação de Bruxelas. O secretário de Estado justificou a opção do governo de anunciar o vencedor do concurso antes do contrato estar fechado, com o objetivo de evitar a divulgação pública da escolha e perturbar o desenvolvimento do contrato em curso.
Pedro Cilínio justificou a venda à Mutares como a proposta “mais competitiva e com maior potencial para recuperar o investimento do Estado”. Argumentou que estes critérios são objetivos e estão alinhados com as exigências de Bruxelas. O contrato está atualmente em fase de finalização. O secretário de Estado também assegurou que a proposta apresentada não inclui a divisão e venda da empresa em partes.
Relativamente ao valor da venda ou ao capital a ser investido pela Mutares na empresa, o secretário de Estado recusou-se a divulgar informações no momento atual, uma vez que ainda estão a ser finalizados aspetos contratuais. No entanto, adiantou que “a proposta da Mutares corresponde a uma taxa interna de rentabilidade (TIR) mais elevada em comparação com as outras quatro propostas”. Questionado sobre as críticas do PSD, Pedro Cilínio remeteu uma resposta para o ministro da Economia, a ser dada oportunamente, nomeadamente na Assembleia da República. Acrescentou ainda que a proposta da Mutares também garante a continuidade da capacidade de engenharia na área da mobilidade elétrica.
Quanto a uma possível impugnação por parte de concorrentes ou a um eventual bloqueio por parte de Bruxelas, o secretário de Estado admitiu o risco, mas acredita que o processo seguirá em frente. O secretário de Estado revelou ainda que, em relação ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), a Mutares comprometeu-se a dar continuidade a dois projetos em que a Efacec está envolvida.