Apesar de ainda terem uma participação modesta no mercado nacional, representando apenas 2,6% dos 13.783 carros elétricos matriculados em Portugal em 2023, os carros elétricos chineses destacam-se pelos preços competitivos. De acordo com o jornal Público, praticamente todos os 10 modelos chineses disponíveis em Portugal são mais baratos do que os concorrentes quando se comparam modelos de gama equivalente.
A média das diferenças de preços varia entre 10% e 14%, embora algumas marcas ofereçam grandes descontos, o que pode anular a vantagem de preço dos veículos chineses. No entanto, a diferença pode chegar a 34% (BYD Han versus Tesla Model S), mas também há casos em que um carro elétrico chinês é apenas 1% mais caro do que um modelo alemão (Aiways U6 versus Volkswagen ID.5, sendo o chinês maior e ligeiramente mais potente).
A estratégia chinesa de carros elétricos está a encaixar perfeitamente no mercado europeu. O país tem investido no desenvolvimento de carros elétricos desde os anos 2000 e consegue produzi-los a custos significativamente mais baixos do que as concorrentes do Ocidente.
Em média, a produção de um veículo elétrico custa 40% mais do que um carro com motor a combustão. O principal fator para essa diferença é a bateria elétrica, em que a China possui uma vantagem global, controlando dois terços do mercado mundial de baterias.
Um relatório da seguradora Allianz em maio já alertava para os perigos que a transição para os carros elétricos pode representar para o Ocidente, pois “altera as regras do jogo para a indústria europeia”. No entanto, o “risco número um é a China”, que reconheceu o potencial dos veículos elétricos há 15 anos e investiu fortemente num ecossistema industrial competitivo. Em 2022, a China vendeu mais do dobro de carros elétricos em relação aos EUA e à Europa juntos.