A Maia não quis um novo começo, mas acreditem que há sempre quem esteja disposto a mostrar-nos como éramos mais felizes se nos libertássemos de algo do qual gostamos e que nos faz satisfeitos. A estratégia e rumo seguidos há vários anos fazem da Maia o que ela é hoje. Não vamos arrasar a cidade para começar de novo. A Maia está em primeiro e mostrou nas urnas que é lá que quer ficar.
O jogo do voto envergonhado não resultou e as sondagens erraram. Nada de novo. Novidade foi o rol de acusações trocadas sem que se chegasse ao sumo autárquico. Há cada vez menos interessados em discutir política e cada vez uma mol maior de adeptos da luta sem argumentos. Quem perde é a democracia, os democratas e todo e cada um de nós.
Para um regime democrático saudável é imprescindível criar condições para que o povo logre votar. Tal não se consubstancia por decreto mas sim através da difusão, propagação e aclaração. Para lá do jogo dos grupos de opinião, nas ruas do país real, isso não ocorre.
Há milhares de pessoas que votam para não contar negativamente, sem conhecer os candidatos, as suas propostas ou a sua proveniência. Votam por ver votar, num espírito de grupo organizado de adeptos, em dia de dérbi. A abstenção intelectual, a renúncia ao pensamento, atinge hoje valores certamente incalculáveis.
Escrutinado o resultado de domingo, ainda há os incrédulos e os que atacam quem votou sem usar as mesmas palas. «Se não nos querem a bem, nós impomo-nos a mal». Tanto pela sua origem como pela sua essência, ganhar não é em absoluto uma questão de força nem de músculo, mas isso não percebem. Falha tão grave quanto não prever que grandes nomes e grandes orçamentos não ganham jogos.
Acredito, para bem da seriedade que resta na política, que guerrilhas pessoais não terão mais eco na nossa terra nem nas nossas gentes. É tempo de virar a página do populismo e da promessa barata. Aguardo agora, crédulo na seriedade e humildade do ser humano.
Gloria aos vencedores, honra aos vencidos.
João Carlos Loureiro
1 comentário
Bom dia
Isto é porquê?!…”.em discutir política e cada vez uma mol maior de adeptos da luta sem argumentos. Quem perde é a democracia, os democratas e todo e cada um de nós.”
A qualidade dos políticos é muito básica, não têm ideias próprias.
O insulto e a demagogia imperam.
Depois a prepotência e a falta de respeito pelo povo é enorme.