Um empresário, dono de uma fábrica de cerveja na Rua de Rafael Baptista Rodrigues, em Moreira, foi condenado por tráfico de drogas, mas absolvido do crime de branqueamento internacional de capitais.
Um tribunal em Matosinhos decidiu absolver o empresário do crime de branqueamento internacional de capitais, apesar de ter sido condenado por tráfico de drogas. O dono de uma fábrica de cerveja artesanal localizada em Moreira, e três outros cúmplices foram detidos em setembro de 2021 com quase um quilo e meio de cocaína.
Segundo indica o Jornal de Notícias, as investigações iniciais apontavam para o envolvimento do empresário e dos seus cúmplices numa rede internacional de tráfico de drogas, tendo movimentado milhões de euros através de 47 contas bancárias no país. Este dinheiro havia sido congelado pelo Ministério Público (MP).
Contudo, o Tribunal de Matosinhos determinou que as transferências suspeitas, que incluíam negócios com empresas do setor têxtil e de construção, não podiam ser diretamente ligadas ao tráfico. As inconsistências temporais entre as datas das transações financeiras e a data da apreensão da droga levaram a esta conclusão.
O JN dá conta de que uma transação notável envolvia 3,2 milhões de euros de um banco russo, que o empresário justificou como relacionada com a compra e venda de arroz a uma empresa no Panamá. O Novo Banco havia congelado os fundos por suspeitas de branqueamento, mas o tribunal decidiu que era impossível determinar se a quantia provinha do tráfico de drogas, levando à libertação dos fundos.
O MP não aceitou a decisão e manifestou intenções de recorrer ao Tribunal da Relação do Porto. Dois dos quatro arguidos confessaram ter traficado cocaína, mas negaram as acusações de branqueamento.
O empresário optou por permanecer em silêncio durante o processo e enfrentou medidas disciplinares na prisão de Lisboa por posse de telemóvel.