Os médicos da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS Norte) iniciaram uma greve de dois dias, convocada pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM). A paralisação, que começou à meia-noite desta quarta-feira, dia 6 de setembro, e estender-se-á até às 24:00 de quinta-feira, visa pressionar o Governo para a integração da classe médica na tabela remuneratória única da função pública.
Hugo Cadavez, secretário regional do SIM Norte, citado pelo Diário de Notícias, afirmou que as negociações com o Governo não foram frutíferas. Segundo ele, a greve tornou-se a única forma de expressar o descontentamento da classe médica com as condições de trabalho e salariais no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Cadavez destacou que mais de 2.000 médicos abandonaram o SNS apenas nos anos de 2021 e 2022.
O sindicato exige propostas concretas nas negociações, criticando o aumento salarial proposto de 1,6%, considerado insuficiente face a uma inflação de 7% no último ano e à perda de 20% do poder de compra da classe médica na última década. Cadavez alertou para o encerramento rotineiro de serviços de urgência devido à falta de médicos e à saída destes profissionais do SNS.
A greve afeta 12 hospitais e 11 Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) na região Norte, incluindo unidades de saúde na Maia, Porto, Viana do Castelo, Vila Real e Bragança. Estão assegurados os serviços mínimos.
Uma nova greve está prevista para os dias 20 e 21 de setembro.