Uma maioria expressiva dos obrigacionistas da Efacec concordou com a revisão da proposta de alteração do empréstimo à empresa, um passo crucial para a continuação do processo de reprivatização. Devido a este acordo, referido pelo jornal Público, a assembleia geral de obrigacionistas, inicialmente agendada para esta terça-feira, dia 12 de setembro, foi adiada, estando a nova data ainda por definir.
A Efacec, em nota publicada no seu site, esclareceu que o cancelamento da assembleia se deve ao acordo alcançado com uma significativa maioria dos obrigacionistas. Esta revisão propõe alterações mais vantajosas para os obrigacionistas, tornando a anterior ordem de trabalhos obsoleta. Contudo, os detalhes específicos sobre as novas condições da emissão, que totaliza 52,1 milhões de euros, ainda não foram divulgados.
O empréstimo em questão, emitido pela Efacec em 2019 com validade até 2024, foi maioritariamente adquirido por investidores espanhóis, mas também conta com participação portuguesa.
A venda de 71,73% do capital da Efacec ao fundo alemão Mutares está pendente da aprovação de um perdão de dívidas por parte dos bancos credores, do Estado e dos obrigacionistas. Os dois primeiros já concordaram com os termos propostos.
Nos últimos três anos, o Estado tem apoiado financeiramente a Efacec, principalmente para assegurar os salários dos seus dois mil trabalhadores. Segundo o ministro da Economia, António Costa Silva, o Estado já investiu 132 milhões de euros na empresa, além de 85 milhões em garantias, totalizando 217 milhões de euros.
A nacionalização de 71,73% do capital da Efacec, anteriormente detidos por Isabel do Santos, ocorreu no verão de 2020, dando início ao processo de reprivatização. A Efacec registou prejuízos de 52,8 milhões de euros em 2022 e 183,9 milhões em 2021. No final do ano passado, o capital próprio da empresa era negativo em 52,1 milhões de euros, colocando-a em situação de falência técnica.