No Tribunal de Braga, uma advogada de 37 anos, manifestou-se “extremamente arrependida” e confessou todos os crimes dos quais está acusada. Segundo o Jornal de Notícias, em julgamento que começou na última quarta-feira, a advogada admitiu ter vendido bens imóveis de clientes sem a sua autorização, recorrendo a procurações e outros documentos falsificados.
“Estou aqui de coração aberto. Se tiver de cumprir uma pena de prisão efetiva, fá-lo-ei”, afirmou no tribunal, ainda de acordo com o JN. Apesar da possibilidade de fuga para o Brasil, a jurista decidiu enfrentar a justiça e tentar compensar os prejudicados pela sua conduta.
A burla, que envolveu a venda indevida de propriedades, afetou 22 pessoas, causando-lhes um prejuízo total de 1,064 milhões de euros. A maioria das vítimas eram emigrantes.
A advogada, que trabalhava em conjunto com o ex-marido, um empresário de 35 anos proprietário de uma oficina de automóveis, enfrenta acusações de 65 crimes, dos quais 22 são de burla qualificada, ocorridos entre 2014 e 2017. O marido está acusado por 52 crimes, sendo 22 de burla qualificada. Ambos também enfrentam acusações de falsificação de documentos e falsas declarações. Existem ainda outros dois arguidos no processo.
Em depoimento, a advogada justificou que, em 2014, enfrentava problemas financeiros devido às dívidas da oficina do marido. Após terem recorrido a uma empresa de Gondomar, para troca de cheques, encontraram-se numa situação de débito crescente.
A advogada destacou, segundo o mesmo jornal, que essa pressão financeira a levou a cometer o primeiro crime em 2014, no Cartório Notarial da Maia. Atualmente, vive de fazer limpezas e dar explicações, tendo perdido todos os seus bens na tentativa de ressarcir as vítimas.