O Hospital de Santa Maria, o maior do país, ativou o seu plano de contingência devido à elevada afluência de doentes ao serviço de urgência, segundo informou João Gouveia, diretor do Serviço de Urgência Central.
A razão para esta ação deriva de um fluxo contínuo de doentes, tornando difícil a realização da missão hospitalar. Na segunda-feira passada, o hospital recebeu mais de 700 doentes nas urgências. “É impossível o hospital responder sozinho a este problema”, salientou João Gouveia numa conferência de imprensa.
Gouveia apela para que apenas se desloquem à urgência os doentes que realmente precisam de cuidados urgentes e emergentes. Adicionalmente, sublinhou que os doentes que não são referenciados por outras instituições ou pelo CODU (Centros de Orientação de Doentes Urgentes) do INEM “não serão atendidos no Santa Maria”.
Este panorama é agravado pelo encerramento de serviços de urgência noutros hospitais, nomeadamente no Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) e no hospital de Santarém, sobrecarregando ainda mais o Hospital de Santa Maria. O médico ainda lamentou a falta de comunicação entre hospitais.
No que toca à questão laboral, João Gouveia alertou para a necessidade de rever a dependência do Serviço Nacional de Saúde em horas extraordinárias. De acordo com a Federação Nacional dos Médicos, mais de 2.000 médicos submeteram pedidos para não realizar horas extras, levando a encerramentos de urgências e constrangimentos nos hospitais.