O ditador Nicolás Maduro anunciou a vitória no referendo que apoia a anexação unilateral do Esequibo, região administrada pela Guiana e rica em recursos naturais.
A Venezuela anunciou a intenção de anexar unilateralmente o Esequibo, uma região rica em gás natural, petróleo, ouro e outros minerais, atualmente sob administração da Guiana. Um referendo, promovido pelo governo de Nicolás Maduro e com baixa taxa de participação, registou um resultado de 95% a favor da anexação.
Esta região, conhecida como Guiana Esequiba, tem sido objeto de uma disputa prolongada entre a Venezuela e a Guiana devido a partilhas coloniais históricas. A decisão do referendo em Caracas visa resolver unilateralmente a questão, reacendendo a atenção sobre a região devido às recentes descobertas de bolsas de crude com alto potencial de exploração comercial.
A disputa territorial tem suas raízes na atribuição da administração da região à Guiana por um tratado assinado em Paris em 1899, não reconhecido por Caracas. Nicolás Maduro, presidente venezuelano, declarou após o referendo: “O povo falou alto e claro e vamos iniciar uma nova e poderosa etapa, porque temos o mandato do povo, temos a voz do povo.”
O Tribunal Internacional Penal já havia advertido contra as intenções da Venezuela de anexar o território, mas o governo de Maduro vai prosseguir com o plano. Segundo Maduro, o objetivo é modernizar o território de cerca de 160.000 km² e conceder a nacionalidade venezuelana a aproximadamente 125.000 habitantes.
A Comissão Nacional de Eleições da Venezuela reportou mais de 10 milhões de votos no referendo.