Alguns problemas de saúde são erroneamente associados com idade, como é o caso da disfunção erétil (DE).
Este problema é mais comum do que se pensa e, mesmo com maior incidência entre homens com 40 anos ou mais, pode afetar também indivíduos de faixas etárias inferiores. De acordo com um artigo científico recentemente publicado no International Journal of Impotence Research, cerca de 322 milhões de homens ainda enfrentarão DE até 2025.
Medicamentos e melhoria de vida
As pesquisas ainda estão sendo a ser feitas para descobrir novas formas de superar a DE. Enquanto isso, felizmente já há no mercado medicamentos disponíveis para solucionar o problema ao menos de modo temporário. Remédios como o Viagra atuam como inibidores da ação da enzima que atrapalha o fluxo sanguíneo no órgão reprodutor, permitindo assim uma ereção.
É importante sublinhar que, apesar de debates sobre a necessidade de receita médica, esses medicamentos continuam a necessitar deste documento. Isso acontece pelo facto de que apenas um médico poder avaliar dosagens e considerar possíveis efeitos adversos caso o paciente esteja a tomar outros medicamentos. Em alguns casos os médicos podem também indicar dispositivos, cirurgia e terapia de reposição hormonal.
O que causa a DE?
O mesmo artigo do International Journal of Impotence Research, mencionado anteriormente, afirma que apesar do fluxo sanguíneo ser o principal motivo para a DE, é importante sublinhar que ela pode ser também o resultado de outros problemas, nomeadamente colesterol alto, diabetes tipo 2, pressão alta e doenças cardíacas. Outras razões (não sanguíneas) podem ser esclerose múltipla e lesões na medula espinhal, próstata, pelvis ou bexiga, assim como doença renal crónica.
O sistema nervoso pode também ter uma participação no problema, como efeito colateral de outros medicamentos, tais como para a Doença de Parkinson, pressão arterial, convulsões, entre outros.
Como referido, isso não apenas reforça a necessidade de consultar um médico, mas também o facto de que quando o assunto é saúde, a velha fórmula de hábitos saudáveis é essencial. Seja a DE causa ou consequência, os especialistas recomendam manter uma alimentação saudável e rica de nutrientes, já que essa medida é capaz de manter o sistema imunitário equilibrado e forte, como visto num recente artigo, publicado no portal da Revista Visão. A prática regular de exercício físico pode ser também uma grande aliada. Afinal, medicamentos são somente uma parte do tratamento.
O impacto da DE na vida dos indivíduos
Apesar de não colocar risco de vida, a disfunção erétil é uma condição que pode afetar os seus portadores em esferas além da íntima. Como se pode ler num artigo publicado no portal SAPO, geralmente homens com DE apresentam um quadro clínico de depressão. Em alguns casos a depressão pode ser também uma consequência da DE, em vez da causa, como explicou o psicoterapeuta Pedro Brás, da Clínica da Mente, em entrevista ao programa ‘Praça da Alegria’ da RTP1. Com isso, outros desafios podem ser enfrentados, como baixa autoestima, vergonha, exclusão social e problemas na família.
A ajuda de psicólogos é uma excelente forma de desconstruir certos pensamentos, pois estes terão influência direta nos resultados do tratamento da DE. Indivíduos ansiosos ou que tendem a pensar demais estão mais pré-dispostos a ter algum grau de disfunção erétil, fazendo com que a situação se torne um ciclo vicioso.
A DE pode ser vista como tabu para muitos homens, ainda que tratável, segundo Augusto José Pepe Cardoso, presidente da Sociedade Portuguesa de Andrologia. Infelizmente, contudo, ainda há códigos sociais que associam virilidade à imagem masculina de sucesso e assertividade. Conversas sobre questões relacionadas à sexualidade devem ser normalizadas, a fim de promover uma sociedade cada vez mais inclusiva e saudável.