João Rafael Koehler e Pedro Pinho, empresários ligados ao FC Porto, anunciam medidas legais contra Francisco Vieira de Carvalho, vereador do PS na Maia, devido a declarações sobre a compra de terrenos para a futura Academia do clube.
O ambiente em torno da futura Academia do FC Porto na Maia aqueceu após declarações controversas de Francisco Vieira de Carvalho, vereador do Partido Socialista na Câmara Municipal da Maia. João Rafael Koehler, membro da lista candidata às eleições do FC Porto liderada por Pinto da Costa, e Pedro Pinho, empresário ligado ao futebol, anunciaram que recorrerão aos tribunais, refutando as alegações de envolvimento na compra de terrenos para a academia.
Em resposta às declarações do vereador, que apontou a aquisição de terrenos por parte de Koehler e sugeriu um negócio vantajoso para Pedro Pinho e outros envolvidos, ambos negaram categoricamente qualquer participação no processo. “É completamente falso que os terrenos que espero que sejam alocados à Academia do Futebol Clube do Porto tenham sido adquiridos por mim”, afirmou Koehler num comunicado citado pelo jornal O Jogo.
“O Senhor Francisco Vieira de Carvalho, vereador da Câmara Municipal da Maia, segundo a imprensa, fez hoje gala em comentar, em reunião camarária, que terrenos que eventualmente poderão ser alocados à Academia do Futebol Clube do Porto, foram adquiridos, entre outros, por ‘João Koehler, que, pelos vistos, também estará no negócio’. É completamente falso que os terrenos que espero que sejam alocados à Academia do Futebol Clube do Porto tenham sido adquiridos por mim”, pode ler-se.
Paralelamente, Pedro Pinho também desmentiu as acusações, prometendo ação judicial dada a gravidade das declarações.
“É completamente falso que os terrenos que eventualmente venham a ser alocados à Academia do Futebol Clube do Porto tenham sido adquiridos por mim. Foi hoje afirmado pelo senhor José Vieira de Carvalho, vereador da Câmara Municipal da Maia, que o meu nome “pelos vistos, também estará no negócio. Nunca eu, nem qualquer empresa, detida e/ou gerida por mim, teve qualquer interesse económico nessa operação. Desconheço em absoluto os trâmites da mesma, e, por isso, dada a falsidade e gravidade daquelas afirmações, vou proceder judicialmente contra aquele senhor. Não pode valer tudo, nem na política, nem no futebol”, escreveu o empresário.
A SAD do FC Porto juntou-se ao coro de negações com um comunicado próprio, esclarecendo que os terrenos e a futura academia “não serão arrendados, mas sim propriedade do FC Porto”, contrariando as afirmações de Vieira de Carvalho. A administração do clube também negou qualquer participação de Koehler e Pinho no negócio.
O episódio surge no contexto da aprovação pela Câmara Municipal da Maia da alienação de terrenos destinado à construção da academia. Francisco Vieira de Carvalho expressou preocupações sobre a transparência do processo, questionando a propriedade dos terrenos e os termos do negócio.
“Diz-se que o FC Porto já terá comprado 90 e tal mil metros quadrados. Ao que ouvi, é tudo uma história, porque quem de facto comprou foi um empresa de Braga que se chama ABB. Ou seja, não sabemos bem quem é o dono de quê ou quem fica com o quê. Está perfeito lúcido para todos que o uso vai ser da FC Porto SAD, mas não se sabe quem vai ser o dono, quem faz a construção ou quem arrenda ao público. Portanto, tudo aquilo que andam a dizer que as máquinas já entraram é confuso para nós enquanto autarca porque não corresponde”, referiu o vereador socialista, de acordo com o jornal O Jogo.
“Há duas pessoas, gestores, que estão envolvidos neste processo. Um é o novo candidato a vice do FC Porto, João Koehler, que é um distinto gestor da praça do Porto. Se for comprado por alguém que faça a obra e depois arrenda ao FC Porto por um preço alto, estamos aqui a ver negócios da China. Depois, há um outro empresário que tem estado aqui muito ativo que é o Pedro Pinho, que pelos vistos estará aqui com o [Gaspar] Borges e com o Koehler em conjunto, para que isto seja feito. A empresa ABB é que fez o centro de estágio em Braga e que, pelos vistos, a ideia é algo do género para a Maia. Depois, a verba. É um fato à medida porque existe apenas uma pessoa que quer isto. Os números andam acima disso, o que é bom para quem investe cá e para as pessoas que são donas dessas imóveis da Maia vendem a um preço mais alto. A Maia não pode passar estar em saldo, nem passar a ideia de estar em saldo”, frisou, de acordo com o mesmo jornal.
A Câmara da Maia aprovou, nesta segunda-feira, dia 18 de março. a venda em hasta pública dos terrenos destinados à academia do FC Porto, pelo valor base de 3,36 milhões de euros. A proposta, subscrita pelo presidente da autarquia, António Silva Tiago (coligação PSD/CDS-PP), passou com a maioria dos votos, encontrando oposição apenas do Partido Socialista (PS), que criticou o valor por metro quadrado, determinado pela avaliação. A decisão aguarda agora confirmação na Assembleia Municipal, marcada para 25 de março.