O Supremo Líder dos talibãs, Mullah Hibatullah Akhundzada, anunciou a retoma do apedrejamento público de mulheres, afirmando que a luta contra a democracia ocidental prosseguirá, numa clara oposição aos direitos femininos promovidos internacionalmente.
O líder dos talibãs, Mullah Hibatullah Akhundzada, numa mensagem de voz divulgada pela televisão afegã, dirigiu-se aos oficiais ocidentais com palavras severas, prometendo o regresso de castigos como o apedrejamento e o açoitamento de mulheres em público, de acordo com o The Telegraph. Estas declarações surgem como as mais rigorosas desde a tomada de Cabul em agosto de 2021, contrastando com promessas anteriores de um governo mais moderado.
Segundo o mesmo jornal afirma, sob o controle dos talibãs, a televisão do Afeganistão emite mensagens que se crê pertencerem a Akhundzada, que permanece uma figura reclusa, raramente visto em público. Acredita-se que resida em Kandahar, reduto talibã no sul do país. Apesar das promessas de moderação, a liderança talibã rapidamente regressou às práticas de punições públicas severas, incluindo execuções e açoitamentos, práticas estas que haviam sido características do seu regime anterior nos anos 90.
Estas ações foram objeto de forte crítica por parte das Nações Unidas, que apelou aos governantes afegãos para cessarem tais práticas. Na sua mensagem, Akhundzada argumentou que os direitos das mulheres defendidos pela comunidade internacional contradizem a interpretação rigorosa da Sharia Islâmica adotada pelos talibãs, enfatizando uma continuidade na luta contra os direitos das mulheres.
A reação no Afeganistão foi de indignação, com apelos à comunidade internacional para intensificar a pressão sobre os talibãs. Uma ex-funcionária pública de Cabul, identificada apenas como Tala, partilhou com o Telegraph a sua insegurança e o sentimento de viver “numa prisão”, sublinhando o impacto diário das restrições impostas às mulheres, que vêem os seus direitos e liberdades cada vez mais cerceados sob o regime dos talibã.
Os talibãs assumiram o controlo após a retirada desastrosa dos Estados Unidos do país do Médio Oriente em agosto de 2021. No momento da saída caótica, intensificaram-se os receios de um rápido desmoronamento dos direitos das mulheres. Anteriormente, os talibãs já haviam proibido mulheres e raparigas de frequentarem parques, ginásios, universidades, empregos em organizações não governamentais e nas Nações Unidas, alegando que não usavam o hijab apropriado ou que violavam as regras de segregação de género.