Uma cidade é feliz quando é saudável. Um país só é feliz, quando as cidades forem felizes. Um povo só é feliz quando cada pessoa cruza com o outro e o reconhece como seu irmão. A “saudabilidade” só é possível quando nas nossas ruas, becos, vielas e avenidas, encontramos pessoas como sejamos nós próprios, sem palavras odiosas que ofendem quem se cruza connosco, sem incapacitados culturalmente que até confundem, vejam bem!, pinheiros com eucaliptos. Mas essa missão compete-nos a nós superar, mas isso só será efetuado quando formos capazes de ter na base da nossa convivência comunitária a cultura. A cultura de um país são as bases do seu povo, a sua língua e a sua tradição, os seus costumes e os seus cantares. Hoje, esta cultura é vivenciada com a riqueza de outras culturas que nos fazem subir ao pódio da sustentabilidade. Este encontro de culturas é a chave para ser feliz e saudável; uma sociedade não pode encontrar a sua saúde e felicidade se não for capaz de dialogar com outras culturas. As frases infelizes de alguns que dizem “portugueses em Portugal, espanhóis em Espanha, franceses na França” e por aí adiante é um descalabro e desconhecimento que, afinal, todos nós somos uma pequena gota de água no universo que a cada minuto se expande.
Um exemplo, um dos políticos portugueses: André Ventura afirmou mesmo, numa entrevista ao DN/TSF em 2021, que “este Papa tem contribuído para destruir as bases do que é a Igreja Católica na Europa – e acho que em breve vamos todos pagar um bocadinho por isso”. (Fonte: https://www.jn.pt/643489343/um-papa-mais-catolico-do-que-se-julga/), e o mesmo se ausenta, quando o papa Francisco – a que todos reconhecemos capacidade inovadora – que também é chefe de Estado do Vaticano, para não receber um chefe de Estado, é sabotador duma cultura para uma cidade, país, um povo, seja feliz e saudável, porque, talvez, ele [Francisco] esteja ao lado do reconhecimento dos homossexuais e lésbicas, pessoas como nós, que vivemos em sociedade de cultura e de “saudabilidade”.
Outro exemplo: “André Ventura, garantiu hoje que “não voltará atrás” na proposta para um plano específico de “abordagem e confinamento” para as comunidades ciganas, e que apresentará essa iniciativa mesmo sem apoio de outros partidos.” (Fonte: https://www.noticiasaominuto.com/politica/1473267/ventura-apresentara-plano-de-confinamento-para-ciganos-mesmo-sem-apoios). Isto chama-se discriminação, tanto para a comunidade cigana, como para outras, que o meu país, Portugal, acolhe, por vários motivos, como a guerra ou melhores condições de vida. Faz-me lembrar, mesmo, os emigrantes portugueses que iam para outros países, como a França, ou por não compreenderem uma guerra colonial injusta ou mesmo à procura de melhores salários. Tudo isto num regime que me faz lembrar o Sr. Ventura. Tal não é possível numa sociedade feliz e saudável.
Mas não são só estas. Vejamos aquele senhor, duma outra cor política, que se estava a pensar na formação de “milícias” para defender os eucaliptos, como se lê: “O cabeça de lista da AD por Santarém afirmou hoje que Portugal tem perdido investimento por “falsas razões climáticas”, defendendo que “sempre existiram fenómenos extremos”, e avisou que agricultores já falam em organizar milícias armadas perante “os roubos nos campos”., “a floresta não é apenas um parque temático ou um armazém de carbono, é economia”. (Fonte: https://expresso.pt/politica/eleicoes/legislativas-2024/2024-03-01-Cabeca-de-lista-da-AD-por-Santarem-fala-em-falsas-razoes-climaticas-e-diz-que-agricultores-admitem-milicias-armadas-para-evitar-roubos-de65e0d1). Afirmações deste teor revelam uma falta de cultura assinalável e não contribuem para uma cultura e uma sociedade saudável. É um negacionismo expresso, colocar a vida ao sabor de uma dita “economia”.
Esta a minha opinião, ainda estamos no tempo de a poder dar!
Joaquim Armindo
Doutor em Ecologia e Saúde Ambiental