Aprendi que pressão é uma propriedade inerente a qualquer sistema, podendo ser favorável ou desfavorável ao homem. Aprendi que a pressão resulta do quociente entre uma força e uma área onde esta força é aplicada, sendo que invariavelmente, um valor elevado de pressão resulta ou de uma força grandiosa ou de uma área bastante diminuta. Aprendi também que esta definição de pressão leva ao resultado expresso em força por unidade de área.
Dado isto, questiono-me. Qual será o problema da pressão em Portugal? Será uma área bastante reduzida ou uma força aplicada que é extremamente elevada? Será uma combinação destes dois? Um dos dois terá de ser, visto que a pressão existente é avassaladora, dominadora e controladora. Terá sempre sido assim?
Sei igualmente que alguns cristais tem a capacidade de gerar tensão eléctrica por resposta a uma pressão mecânica neles exercida. Ouvi dizer que este efeito é amplamente conhecido no Largo do Rato, já que é com base nele que funcionam, por exemplo, os microfones. Curioso, não é? No entanto, em Portugal, tenho a sensação que este fenómeno se dá de uma forma muito peculiar, em que é a própria energia eléctrica a gerar pressão. No nosso país, o efeito Piezoelétrico não segue as regras da física! Ou pelo menos, é essa a minha opinião. A verdade, ninguém a sabe, ainda não foi provada, observada, nem sequer escutada…
Se o que aqui foi escrito atrás, fosse retirado de um problema de física, daqueles que não se resolvem nas Universidades ao Domingo, teria possivelmente de relacionar algumas grandezas se o quisesse resolver e compreender o seu relacionamento. Num olhar geral poderia recolher quatro: Força, Área, Pressão e Tensão eléctrica. Passaria de seguida, a analisar cada uma delas, individualmente.
Área: Portugal tem cerca de 90 mil quilómetros quadrados. Á primeira vista, descarto a área como uma causa da existência de uma pressão elevada. Ficamos confortavelmente na primeira metade da tabela que ordena de forma decrescente os países, pela sua área. O problema é que, a força não incide na totalidade desta área, mas sim, nuns míseros 84,97 quilómetros quadrados da antiga província de Estremadura, vulgo Capital do Reino.
Força: A força vale X. Não é numeração romana, não senhor. É o X letra do alfabeto. Esta é a primeira ideia que me vem à cabeça! X. O que será X? Será o X do boletim de voto? Não deve ser, pois esse diga-se que hoje, não tem força. Em tempos esse X legitimava governos e a sua acção. Hoje, não sei mesmo se serei o único que acredita que ainda o continua a fazer. Em resumo, não sei quanto vale esta força, mas pelo menos, como disse anteriormente, sei o seu ponto de aplicação.
Pressão: Sei que tem um valor enorme e que resulta de uma força desconhecida aplicada numa área bastante pequena. Deduzo portanto que a pressão depende única e exclusivamente da força. Boa!
Tensão eléctrica: Tenho de confessar que a electricidade para mim é quase chinês, e acredito que para grande maioria do Português comum, também o será. De qualquer forma, tenho de me concentrar na hipótese em estudo. Será que a energia eléctrica gera pressão? Tenho portanto de analisar, de uma forma mais profunda, a energia eléctrica em Portugal!
Quando em Portugal se fala em energia eléctrica, lembramo-nos imediatamente da EDP. Lembro-me eu, de umas coisas que vi por ai, que também relacionavam energia eléctrica com pressão. Felizmente, tenho uns apontamentos aqui à mão que passo a transcrever:
“Álvaro Santos Pereira afirmou que o ex-secretário de Estado da Energia terá apresentado a demissão por pressões do lóbi do sector da energia, quando já tinha concluído um relatório sobre o corte nas rendas excessivas.”
“Quando o meu anterior secretário de estado da energia, o engenheiro Henrique Gomes, saiu, eu tive um dos principais presidentes das produtoras de energia eléctrica em Portugal a telefonar para várias pessoas, a celebrar com champanhe”
“Algumas horas depois de se ter reunido com o primeiro-ministro, Álvaro Santos Pereira discursou no jantar-debate (…), onde sublinhou que o Governo não cede a aproveitamentos políticos nem às pressões dos interesses instalados.”
Aqui está! Claramente em Portugal, a Energia causa Pressão! Só há um problema… a parte onde é dito que Olisipo não cede a pressões. Será isso possível? De volta aos apontamentos:
«Desta vez não é o Presidente da República nem o primeiro-ministro que anunciam uma remodelação em primeira mão. São os interesses e as negociatas. Álvaro Santos Pereira – que comete o crime da independência – é removido por eles do Ministério da Economia e do Emprego. Boa tarde e boa sorte».
“O sucessor do ministro da Economia demissionário será o dirigente centrista António Pires de Lima, (…), uma mudança pela qual Paulo Portas muito lutou.”
Ora bem, um assessor de Álvaro Santos Pereira afirma isto. Em que é que ficamos? Se calhar as leis da física ainda se aplicam e dá-se a rotura quando se atinge um nível muito elevado de pressão. Como já deduzimos que esta pressão só depende da força aplicada, podemos afirmar que se deu a rotura devido a uma enorme força que foi aplicada. Génio.
De uma forma muito geral, comprovamos que se a energia gera pressão, esta pressão só pode resultar de uma força enorme, força esta da própria energia. Confuso…
Cabe-me a mim, esperar agora que alguém o demonstre na prática. Esperar que alguém construa uma experiência e reúna provas ao bom estilo Gato Fedorento de “Desejo corrompê-lo e bem!”
E só porque posso, e porque qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência, tenho de citar o que um amigo citou, tendo ele citado um general romano em serviço na Ibéria que escreveu o seguinte, numa carta enviada ao Imperador:
“Há, na parte mais ocidental da Ibéria, um povo muito estranho: não se governa nem se deixa governar!”
A verdade é que com o passar dos anos, esta frase já foi atribuída a muita gente, mas eu prefiro ficar com esta versão da história, que aqui transmito. Transmito hoje, como poderia tê-lo feito ontem. Uma certeza eu tenho, não a irei transmitir amanhã. Eu não irei virar as costas ao meu país!
Os políticos despontam do povo que somos. São Portugueses em nada diferentes de todos os outros. Se hoje temos estadistas fracos, é porque nos tornamos um povo fraco. Tão jovem é a democracia, que ainda não nos habituamos a punir nas urnas os trapaceiros e fingidos e a recompensar quem nos diz a verdade, mesmo quando esta não nos é agradável. Tão jovem é a democracia que quem quer o bem do país tem de ter medo do punho de ferro que se abate indiscriminadamente sobre todos nós. Tão jovem é a democracia que qualquer dia fica desempregada…
Acho pertinente referir algumas palavras de Sá Carneiro: “O nosso Povo tem sempre correspondido, nas alturas de crise. As elites, as chamadas elites, é que sempre o traíram (…)”.
Volto a citar Sá Carneiro, que em 1975 declarou: “No Governo só deve ficar quem estiver, efectivamente, com o Governo e com o cumprimento do seu programa. De outra maneira é impossível governar.”
Para terminar esta viagem, gostava de citar novamente Sá Carneiro: “Duma vez para sempre, é preciso, porque o povo o merece e porque o povo o exige, que haja um mínimo de honestidade, de clareza e de limpidez política, que se clarifique o processo político português para ver o que quer cada partido, como pensa avalizá-lo e como está a realizá-lo.”
O que é feito de ti, Portugal ?