Declarações recentes do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa sobre a responsabilidade de Portugal no colonialismo e a relação com ex e atual primeiros-ministros levantaram polémica, com críticas de Marques Mendes e ação parlamentar anunciada pelo Chega.
Marques Mendes criticou duramente as recentes declarações de Marcelo Rebelo de Sousa durante um jantar com correspondentes estrangeiros, onde o Presidente da República abordou temas sensíveis relacionados com o passado colonial de Portugal e a relação com ex e atual primeiros-ministros. No seu comentário semanal na SIC, Marques Mendes descreveu este momento como “o dia mais infeliz do seu mandato” e questionou a prudência das palavras do presidente, considerando-as uma criação desnecessária de problemas.
No mesmo contexto, o Chega anunciou que apresentará um voto formal de condenação ao Presidente na Assembleia da República, alegando que as suas declarações constituem uma “traição ao povo português e à sua História”. Este anúncio segue-se à sugestão de Marcelo de que Portugal deveria assumir responsabilidades pelos atos cometidos durante a era colonial, incluindo a possibilidade de pagamento de reparações.
Marcelo Rebelo de Sousa reforçou a sua posição durante a inauguração do Museu Nacional da Resistência e da Liberdade em Peniche, defendendo que Portugal deve liderar um processo de reconhecimento e reparação das consequências do colonialismo. Segundo o presidente, este processo deveria incluir iniciativas como perdão de dívidas e cooperação financeira, sublinhando que ignorar estes temas poderia prejudicar as relações futuras com as antigas colónias.
Após as declarações, o Governo esclareceu que não estão previstas ações específicas para reparar o passado colonial, mantendo a postura de executivos anteriores. Em resposta, o Chega também requererá a presença do ministro dos Negócios Estrangeiros no parlamento para clarificar se existem contactos ou pedidos relativos a este tema com os Estados lusófonos.