O executivo da Câmara do Porto recusou, esta segunda-feira dia 3 de junho, uma proposta do BE para projetar a bandeira da Palestina na fachada dos Paços do Concelho. A decisão foi tomada por maioria.
A proposta do Bloco de Esquerda (BE), apresentada em reunião do executivo, previa três medidas:
- Projeção da bandeira da Palestina na fachada da câmara;
- Recomendação à câmara para apelar ao Governo português para que reconhecesse o Estado da Palestina;
- Manifestação de apoio às posições do Secretário-Geral das Nações Unidas e das organizações internacionais que pedem um cessar-fogo na faixa de Gaza.
Dos três pontos da proposta, apenas o último foi aprovado por unanimidade: a manifestação de apoio ao cessar-fogo na faixa de Gaza. As restantes medidas foram chumbadas.
A proposta de projetar a bandeira da Palestina na fachada da câmara foi a que gerou mais controvérsia, de acordo com o Jornal de Notícias. A proposta foi rejeitada com os votos contra do presidente da câmara, Rui Moreira, dos vereadores do movimento independente e do PSD, a abstenção de dois vereadores do movimento independente e os votos a favor do BE, CDU, PS e da vereadora independente.
Segundo o mesmo jornal, o PSD e o presidente da câmara defenderam que este não é o momento para reconhecer o Estado da Palestina ou projetar a sua bandeira. O vereador do PSD, Alberto Machado, argumentou que o reconhecimento deve ser feito no âmbito da União Europeia e evocou razões financeiras para a não projeção da bandeira. O presidente da câmara, Rui Moreira, salientou que “quer o Governo quer os principais partidos políticos portugueses tomaram uma posição de que não é este o momento” para reconhecer o Estado da Palestina.
Ainda segundo o JN, o BE lamentou o chumbo da proposta, considerando-a uma oportunidade perdida para o município demonstrar solidariedade com o povo palestiniano. O vereador do BE, Sérgio Aires, admitiu surpresa com a rejeição da proposta e considerou que a mesma “não tem carga ideológica”. Lamentou ainda a decisão de não projetar a bandeira da Palestina, considerando-a paradigmática, já que o município o fez em outubro de 2023, a pedido da embaixada de Israel.