Autoridades temem que libertação de suspeitos comprometa investigação e segurança das testemunhas. Nove suspeitos de tráfico de droga foram libertados, devido à greve dos funcionários judiciais no Tribunal de Matosinhos.
Nove indivíduos, com idades entre os 20 e os 70 anos, que tinham sido detidos pelo Núcleo de Investigação Criminal de Matosinhos da Guarda Nacional Republicana (GNR), foram libertados por falta de funcionários judiciais que pudessem apoiar o juiz de instrução na realização das diligências necessárias. De acordo com informações avançadas pelo Jornal de Notícias, esta situação que ocorreu no Tribunal de Matosinhos, resultou na libertação dos suspeitos sem qualquer medida de coação.
Ainda segundo o mesmo jornal, as autoridades judiciais expressaram preocupações de que os suspeitos, em liberdade, possam ameaçar testemunhas cruciais para o processo.
No âmbito de uma investigação que durava há cerca de um ano, os militares da GNR executaram dois mandados de detenção e 27 mandados de busca, incluindo 14 buscas domiciliárias, 11 em veículos e duas em estabelecimentos comerciais. A operação, que decorreu no dia 3 de julho, quarta-feira, resultou na apreensão de 1 180 doses de haxixe, 129 doses de cocaína, 37 doses de MDMA, três armas de fogo, uma pistola de alarme, diversas munições, três viaturas, 5 000 euros em numerário, 13 telemóveis e três balanças de precisão.
O Jornal de Notícias relata que, devido à ausência de um funcionário judicial para o apoiar, o juiz de instrução foi forçado a adiar a identificação e o interrogatório dos detidos. Com o término do prazo legal de 48 horas para a realização do interrogatório, o juiz teve de libertar os suspeitos. Às 16 horas desta sexta-feira, dia 5 de julho, todos os indivíduos saíram em liberdade pelo Tribunal de Matosinhos.