O líder da Sonae morreu, esta quarta-feira, aos 79 anos. Era um dos homens mais ricos do país e, desde a década de 1970, alargou o império da Sonae do retalho às telecomunicações.
Belmiro de Azevedo nasceu no Marco de Canaveses em 1938. Foi durante mais de 40 anos presidente do Conselho de Administração da Sonae, tendo apenas abandonado o cargo em 2015.
Em janeiro de 1965, entrou para a Sonae, anagrama construído a partir do nome da Sociedade Nacional de Estratificados, propriedade de Afonso Pinto de Magalhães. Começou por ser diretor de Investigação e Desenvolvimento numa empresa “em dificuldades económicas e financeiras, que fabricava laminados decorativos”, de acordo com a biografia oficial.
Belmiro figurou na lista das pessoas mas ricas do mundo sem nunca ostendar o estatuto. Aconselhava a simplicidade aos colaboradores do grupo Sonae e dava o exemplo. Orgulhava-se de trocar de carro, regra geral da marca BMW, apenas a cada 12 anos, ou mais. Às acusações de ser forreta, contrapunha o cumprimento das boas regras de gestão que faziam parte dos seus princípios. Dispensava motorista, viajava de avião em classe económica e era normal para os colaboradores encontrarem-no a almoçar na cantina da sede da Sonae, na Maia.
Em 2017, o ranking da Forbes colocou Belmiro de Azevedo no terceiro lugar dos mais ricos de Portugal, com um fortuna avaliada em 1,4 mil milhões de euros, figurando também na lista dos mais ricos do mundo, na 1376.ª posição. Faleceu no Hospital da CUF, no Porto, onde estava internado desde segunda-feira.