Um cidadão português, de 69 anos, morreu este sábado em Mulhouse, França, ao tentar impedir um ataque com faca durante uma manifestação. O suspeito, um homem de 37 anos já referenciado por radicalização islâmica, foi detido no local. Há ainda cinco feridos, dois dos quais polícias em estado grave.
O ataque ocorreu na tarde de sábado, dia 22 de fevereiro, em Mulhouse, cidade francesa próxima da fronteira com a Alemanha e com a Suíça, durante uma manifestação de apoio à República Democrática do Congo. De acordo com o jornal francês Le Figaro, um homem de 37 anos, já sinalizado pelas autoridades francesas por radicalização terrorista, atacou civis e polícias com uma faca, gritando “Allahu Akbar”.
Entre as vítimas está um cidadão português, de 69 anos, que tentou proteger as forças de segurança e acabou por ser esfaqueado mortalmente. O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) português confirmou o óbito e revelou que está a acompanhar o caso. “Um cidadão português, de 69 anos, que se encontrava no local, ter-se-á interposto entre os polícias e o atacante, tendo sido esfaqueado e morto”, disse fonte oficial do MNE ao Expresso.
O ataque resultou ainda em cinco feridos, incluindo dois polícias municipais em estado grave, segundo o procurador francês Nicolas Heitz, citado pela agência AFP. O agressor foi rapidamente detido pelas autoridades e consta do “ficheiro de processamento de sinalização para a prevenção da radicalização terrorista”, uma base de dados utilizada pelos serviços de segurança franceses.
O presidente francês, Emmanuel Macron, classificou o incidente como um ato de terrorismo islâmico radical e expressou solidariedade às vítimas. “Não há dúvidas de que se tratou de um ataque terrorista”, afirmou Macron, reforçando a determinação do governo francês na luta contra o extremismo.
O presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que tentará obter mais informações junto do secretário de Estado das Comunidades e contactar a família da vítima portuguesa para manifestar a solidariedade de Portugal.
A Procuradoria Nacional Antiterrorismo assumiu a investigação ao caso, reforçando a hipótese de um ataque premeditado com motivações terroristas. O canal BFMTV indicou que o suspeito foi detido entre a Praça do Mercado e a Rua Lavoisier, sendo um homem de nacionalidade estrangeira, nascido em 1987.
As autoridades francesas reforçaram o alerta de segurança e continuam a recolher provas para apurar as circunstâncias do ataque. O governo português, através da sua embaixada em Paris, mantém-se em contacto com as autoridades francesas e com a família da vítima.