Um cidadão português, natural de Ermesinde, morreu após intervir heroicamente num ataque terrorista em Mulhouse, França, quando tentava defender dois polícias municipais que estavam a ser atacados à facada por um indivíduo radicalizado. O atacante, um homem de 37 anos, já referenciado pelas autoridades francesas por terrorismo, foi detido no local.
Um português, de 69 anos, natural de Ermesinde, concelho de Valongo, e residente em França desde 1992, perdeu a vida após tentar impedir um ataque terrorista que decorria na cidade francesa de Mulhouse.
O ataque ocorreu na tarde de sábado, dia 22 de fevereiro, em Mulhouse, cidade francesa próxima da fronteira com a Alemanha e com a Suíça, durante uma manifestação de apoio à República Democrática do Congo. De acordo com o jornal francês Le Figaro, um homem de 37 anos, já sinalizado pelas autoridades francesas por radicalização terrorista, atacou civis e polícias com uma faca, gritando “Allahu Akbar”.
O ataque resultou ainda em cinco feridos, incluindo dois polícias municipais em estado grave, segundo o procurador francês Nicolas Heitz, citado pela agência AFP. O agressor foi rapidamente detido pelas autoridades e consta do “ficheiro de processamento de sinalização para a prevenção da radicalização terrorista”, uma base de dados utilizada pelos serviços de segurança franceses.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros, liderado por Paulo Rangel, confirmou que a vítima é um cidadão português de 69 anos que “se terá interposto entre os polícias e o atacante, acabando por ser esfaqueado e morto”. Segundo a mesma fonte, o emigrante era natural de Ermesinde, casado e tinha um filho, residindo em França desde 1992.
A comunidade portuguesa em Mulhouse já anunciou uma homenagem ao emigrante português.
O presidente francês, Emmanuel Macron, classificou o incidente como um ato de terrorismo islâmico radical e expressou solidariedade às vítimas. “Não há dúvidas de que se tratou de um ataque terrorista”, afirmou Macron, reforçando a determinação do governo francês na luta contra o extremismo.
O presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que tentará obter mais informações junto do secretário de Estado das Comunidades e contactar a família da vítima portuguesa para manifestar a solidariedade de Portugal.
A Procuradoria Nacional Antiterrorismo assumiu a investigação ao caso, reforçando a hipótese de um ataque premeditado com motivações terroristas. O canal BFMTV indicou que o suspeito foi detido entre a Praça do Mercado e a Rua Lavoisier, sendo um homem de nacionalidade estrangeira, nascido em 1987.