O líder do movimento 1143, Mário Machado, e o presidente do partido Ergue-te, Rui Fonseca e Castro, foram detidos pela PSP em Lisboa, na sequência de uma concentração não autorizada.
O líder do movimento 1143, Mário Machado, e o presidente do partido Ergue-te, Rui Fonseca e Castro, foram detidos esta sexta-feira, dia 25 de abril, pela PSP em Lisboa, na sequência de uma concentração.
Antes da detenção, Rui Fonseca e Castro foi advertido pela polícia de que estava a incorrer num crime de desobediência. Apesar do aviso, o ex-juiz acabou por se entregar, provocando momentos de tensão que obrigaram à intervenção do dispositivo policial para controlar a agitação.
🟡 NOW: Fascist mob attacks anti-fascist protesters in Lisbon. Videos show women and teenagers being beaten—while notorious neo-Nazi Mário Machado appears alongside the aggressors, seemingly encouraging the violence. All on the 51st anniversary of the fall of fascism in Portugal. pic.twitter.com/bpZkzL1XtR
— red. (@redstreamnet) April 25, 2025
Mário Machado foi detido na zona do Rossio, após confrontos. Mais de uma centena de apoiantes de movimentos como o Habeas Corpus e o 1143 gritaram “prendem um, prendem todos” enquanto ocorriam os confrontos físicos e o arremesso de objetos, incluindo garrafas de vidro, por volta das 17 horas. A PSP teve de agir novamente para dispersar a violência, registando-se feridos entre os presentes.
🇵🇹 Des partisans d’extrême droite se sont affrontés avec des manifestants antifascistes à Rossio, à Lisbonne, lors d’une manifestation non autorisée. L’ancien juge Rui Fonseca e Castro et Mário Machado ont été arrêtés, ainsi qu’un autre homme. pic.twitter.com/m7jU5Fq7HF
— Jaime Horta 😎🇵🇹⚛🇨🇵☯️🇧🇷 (@JaimeHorta17) April 25, 2025
Os apoiantes, que defendiam a “alma lusitana” e protestavam contra a imigração, permaneceram junto ao Largo de São Domingos, enquanto os manifestantes de esquerda, muitos vindos do desfile do 25 de Abril na Avenida da Liberdade, ocuparam a Praça do Rossio. “Salvação” e “Portugal é nosso!” eram palavras de ordem dos primeiros; “25 de Abril sempre, fascismo nunca mais” ouvia-se do lado oposto.
“Carlos Moedas, seu cabrão, a tua casa vai virar ocupação”.
Esquerda random, Lisboa, 25 de Abril de 2025 pic.twitter.com/xHJjqLrP2X
— Francisco Simões 🇧🇷🇵🇹🇪🇺 (@FranciscojlSim) April 25, 2025
Entre os presentes estava também José Pinto Coelho, ex-presidente do Partido Nacional Renovador (PNR), atualmente ligado ao Ergue-te. Inicialmente, o Ergue-te, com o apoio dos movimentos Habeas Corpus e 1143, tinha previsto realizar uma ação no Martim Moniz, onde se encontrava já uma concentração de esquerda, sendo posteriormente deslocados para o Largo de São Domingos pela polícia, uma decisão que os manifestantes contestaram, minimizando a ausência de autorização oficial para a sua manifestação.
Durante a detenção de Rui Fonseca e Castro, que afirmou ter-se entregue “em nome da liberdade”, o ambiente voltou a deteriorar-se, obrigando a PSP, incluindo as Equipas de Intervenção Rápida, a usar a força para controlar a situação. A concentração também ficou marcada por insultos dirigidos a jornalistas e a Carlos Moedas, presidente da Câmara de Lisboa, acusado pelos manifestantes de ter impedido a realização da ação.