Acionista maioritária da Efacec, Isabel dos Santos, assegurou esta segunda-feira que a empresa pretende ser “empregador de referência em Portugal”, aumentando os colaboradores ligados à mobilidade elétrica dos atuais 112 para 190 este ano, alcançando os 400 em 2025.
“Pretendemos ser empregador de referência em Portugal, formando quadros capazes de levar as suas competências a qualquer parte do mundo e acolhendo também aqui os melhores talentos internacionais”, declarou a empresária angolana na apresentação da nova unidade industrial de mobilidade elétrica, localizada na Maia.
“A Efacec está no centro desta revolução da mobilidade elétrica, como mostram as parcerias que conseguimos desenvolver com marcas reputadas como a Porsche, a Audi, a BMW e outras”, antecipando que “em 2050 as estações de gasolina vão ser como os discos ou como as cassetes áudio, coisas do passado” e “os carros não terão volantes nem depósitos de combustível”.
António Silva Tiago, presidente da Câmara Municipal da Maia, durante a sua intervenção destacou a posição pioneira do município nos modos suaves e a aposta em criar o primeiro território com balanço zero, no que às emissões de carbono diz respeito. “A inauguração de uma unidade industrial para a mobilidade elétrica, é um ato que adquire significado por ocorrer precisamente num território, em que a descarbonização é encarada pelo Município, como um objetivo estratégico, que converge para o desígnio da sustentabilidade integral”, referiu o autarca.
“A par do investimento local e nacional, todo o investimento estrangeiro que visa alavancar a mudança dos modos da mobilidade, impulsionando a sua migração para modos suaves, de reduzido e preferencialmente nulo impacto ambiental, tem de ser acolhido de braços abertos e é bem-vindo à Maia.”
Investimento superior a um milhão de euros vai permitir a “instalação de postos de carregamento, tarifas de estacionamento reduzidas ou nulas para veículos elétricos” na Maia
O Presidente da autarquia maiata anunciou que a “Câmara Municipal tem vindo a concretizar um conjunto de medidas que visam fazer com que a Maia, seja o primeiro território concelhio com balanço de carbono zero”. Este projeto, “Living Lab: Maia – Net Zero Carbon City”, com um “investimento superior a um milhão de euros”, contempla “medidas específicas para a mobilidade elétrica, nomeadamente a instalação de postos de carregamento, tarifas de estacionamento reduzidas ou nulas para veículos elétricos, entre outros incentivos”.
Também presente na cerimónia, o ministro da Economia, Caldeira Cabral, deixou uma “palavra especial de agradecimento aos acionistas e, em particular, a Isabel dos Santos”, por “acreditar” na Efacec “num momento em que muitos não acreditavam ainda na economia portuguesa”, ajudando com o seu investimento “a capitalizar” a empresa.
“A Efacec faz parte da solução para o problema de mobilidade mundial para o qual uma solução portuguesa está a ganhar espaço mundialmente”, sublinhando que a empresa irá fazer um “investimento que vai criar 400 postos de trabalho e contribuir para o aumento das exportações no setor industrial e de produtos de engenharia, de maquinaria, de produtos metálicos e de eletrónica”.
A venda de 66% da Efacec Power Solutions pelos grupos José de Mello e Têxtil Manuel Gonçalves à empresária Isabel dos Santos foi concluída em outubro de 2015.