A cidade da Maia, em Portugal, é uma terra que abraça o progresso sem perder de vista as suas raízes e a rica história que as alimenta. Sob o lema “Sorria. Está na Maia”, os cidadãos locais revelam um sentimento de pertença e entusiasmo que se estende além das estradas, edifícios e sinais de abundância material.
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Um evento que exemplifica essa profunda conexão entre passado, presente e futuro é a Festa de Nossa Senhora do Bom Despacho, uma celebração religiosa que une toda a comunidade e que é uma viagem ao coração das tradições da Maia. É um momento especial que convida todos a reencontrarem-se como povo, relembrando as suas raízes e reforçando a fé.
O Início da Tradição
Remontando ao final da Idade Média, a Festa de Nossa Senhora do Bom Despacho tornou a Maia um lugar de veneração, atraindo multidões de peregrinos de várias partes de Portugal. Vinham do sul de Espinho até todo o Norte litoral do país e do interior, numa demonstração de verdadeira religiosidade popular.
A procissão, ponto alto da festa, era cuidadosamente preparada, com ruas enfeitadas de flores e confrarias vestindo as roupas tradicionais. Em 2003, a Igreja Paroquial da Maia foi declarada Santuário Mariano, uma distinção que elevou ainda mais o valor da festa e da fé da comunidade.
Celebração Contemporânea
Nos tempos modernos, a festa adotou novos elementos sem perder o espírito da sua origem. A cidade é decorada e são criadas diversas atividades culturais e de entretenimento, como apresentações de conjuntos musicais e bandas. No entanto, o foco central permanece na fé e na devoção a Nossa Senhora do Bom Despacho, expressas nas celebrações da Eucaristia e na majestosa procissão que acontece no domingo, dia 12.
Durante a procissão é levado um andor a Nossa Senhora, a Cruz Paroquial e as Confrarias. A figura de Maria, vista como o caminho para Jesus, ganha destaque.
Resgate Histórico
Na documentação histórica, existem relatos detalhados das celebrações. Em 1733, descrevia-se os festejos com altares de damascos, orações devotas, fogos de artifício e uma vistosa e custosa procissão. Os andores, ricamente decorados, carregavam imagens de santos, e a procissão contava com a participação devota da comunidade.
Na segunda metade do século XIX, relatos da época descrevem a romaria como esplêndida e extraordinariamente concorrida, atraindo pessoas de outras localidades, inclusive do Porto. O local arborizado onde se realizava a festa, as danças e a animação do povo eram destacados, assim como a concorrência de até 5.000 forasteiros.