O Dia Internacional da Mulher é celebrado a 8 de março, tendo sido oficializado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975. Uma data que lembra as “conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres, independentemente de divisões nacionais, étnicas, linguísticas, culturais, económicas ou políticas”.
Mas a história da luta feminina pela igualdade é muito anterior a 1975 e as origens do próprio dia 8 de março, remontam a 1857, quando um grupo de trabalhadoras da indústria têxtil se organizou numa manifestação por condições de trabalho iguais para homens e mulheres e pelo limite máximo de 10 horas de trabalho por dia.
51 anos depois, novamente a 8 de março e em Nova Iorque, outro grupo de mulheres faziam greve reivindicando o fim do trabalho infantil e o simples direito de votar.
Foi no ano seguinte, a 20 de fevereiro de 1909, que surgiu o primeiro dia dedicado às mulheres, pela mão do antigo Partido Socialista da América. Novamente estariam em causa a igualdade de direitos entre homens e mulheres e o voto feminino.
Mas foi uma das maiores tragédias do início do século, a 25 de março de 1911, que iria marcar para sempre o Dia Internacional da Mulher. Um incêndio numa fábrica de vestuário, instalada nos últimos andares de um edifício em Nova Iorque, tirou a vida a 146 trabalhadoras, algumas com apenas 14 anos.
Uma das saídas da fábrica foi consumida pelo fogo e a outra, era trancada durante o horário de expediente, para evitar pausas, segundo relatos dos sobreviventes. Não suficiente, o edifício tinha apenas uma escada de incêndio que, além de terminar vários metros antes de chegar ao chão, desabou com o peso das trabalhadoras que tentaram fugir. Os alarmes de incêndio com aspersores não tinham sido instalados e os bombeiros não tinham condições de combater o incêndio depois do 6º andar.
Foi a tragédia em forma de vidas perdidas daquelas centenas de mulheres que acicatou a discussão pública e uniu progressistas e conservadores, na criação de legislação que protegesse os trabalhadores do género feminino.
Em 1910, na Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, em Copenhaga, na Dinamarca, era aprovada uma resolução que propunha um caráter universal do exemplo norte-americano, tendo sido iniciadas várias comemorações em vários locais da Europa.
Em 1917, na Rússia, a 8 de março, várias manifestações de mulheres que exigiam melhores condições de trabalho e de vida, foram brutalmente reprimidas. Esta repressão foi um dos catalisadores para a revolução bolchevique, que derrubou a monarquia russa.
Já em 2008, por forma a estimular a igualdade de género na comunicação social, a ONU lançou a campanha “As Mulheres Fazem Notícias”.
We Can Do It! de J. Howard Miller, 1943.
A ilustração que faz capa nesta edição da Notícias Maia, foi originalmente um cartaz de propaganda criado por J. Howard Miller, em 1943, para a empresa Westinghouse. O objetivo era motivar os trabalhadores durante o esforço suplementar durante a II Guerra Mundial. A mensagem inicial não tinha o intuito de apelar apenas às mulheres.
30 anos depois, na década de 80, a ilustração começou a ser replicada e a ser vista por todos os Estados Unidos da América. Curiosamente tornou-se num símbolo da luta das mulheres.
Nos últimos anos tem sido usado por várias figuras reconhecidas do público, como Hillary Clinton, Sarah Palin, Michelle Obama ou Beyoncé.