Desde o início da pandemia, o Agrupamento de Centros de Saúde que serve o concelho da Maia, realizou menos 79122 consultas presenciais, comparativamente com o mesmo período do ano anterior.
O Agrupamento de Centro de Saúde (ACES) Maia/Valongo, no período compreendido entre março e junho de 2020, realizou menos 79122 consultas presenciais. Em sentido inverso, houve um aumento nas consultas não presenciais, por exemplo, as realizadas por telefone. Foram, nos quatro meses em analise, realizadas mais 63949 consultas por esta forma.
No geral, fazendo o balanço global do número de consultas efetuadas entre março e junho, há registo de menos 15173.
Os dados mostram que, no ano passado, os utentes tiveram acesso a 146503 consultas de forma presencial, número que baixou para 67381 em 2020. As consultas não presenciais passaram de 83886 para 147835, no mesmo período, tal como avançado pelo jornal Verdadeiro Olhar.
Percentualmente, a maior quebra aconteceu em abril, quando houve uma descida de 72% no número de consultas presenciais (menos 26014), mas em termos globais o mês com a maior descida foi maio (menos 27328, ou seja, menos 65%). No sentido oposto, o aumento das consultas de telemedicina nas unidades de saúde deste ACES foi crescente. Em junho foram 42029 as consultas realizadas desta forma, mais 23527 que no ano anterior, representando uma subida de 127%. No total, em junho, foram feitas 58703 consultas, número superior ao do mesmo mês de 2019.
Os dados referentes às consultas médicas nos Cuidados de Saúde Primários são publicados periodicamente no Portal da Transparência do Serviço Nacional de Saúde.
Entidade Reguladora da Saúde fala em “quebra acentuada”
Nos primeiros meses de pandemia, o confinamento e as adaptações aos centros de saúde, para receberem doentes Covid-19, causaram o cancelamento de várias consultas, tendo outras sido adiadas. A solução encontrada foi o reforço dos contactos não presenciais.
A nível nacional há diferentes análises dos números. A ministra da Saúde, Marta Temido, refere menos cerca de 1,1 milhões de consultas nos cuidados de saúde primários, entre março e maio, agregando consultas presenciais e não presenciais.
Por seu lado, a Ordem dos Médicos contabiliza um número muito superior, em volta de menos três milhões de consultas, segundo o jornal Público, levando em conta apenas a quebra das consultas presenciais. Um documento divulgado pela Entidade Reguladora da Saúde (ERS), no final do mês passado, dava conta de que o acesso aos cuidados de saúde entre março e junho deste ano teve uma “queda acentuada”.
“O difícil enquadramento gerado pela situação de pandemia teve resultado imediato no sistema de saúde, sendo visível a queda acentuada da actividade programada e não programada na rede de estabelecimentos do SNS, sobretudo em virtude das alterações aplicadas à organização e prestação de cuidados de saúde, de modo a prepará-lo para responder à pressão a que poderia vir a ser sujeito, em função da evolução da pandemia”, explica o relatório.
A mesma fonte revela que nos cuidados de nos cuidados primários “se verificou uma descida muito significativa da actividade assistencial, desde o início da pandemia”. “O número de consultas médicas presenciais, que tivera já pequenas reduções nos primeiros meses do ano, diminuiu 33%, 73% e 66% nos meses de março, abril e maio, respectivamente”, refere a ERS, citando quebras abruptas também nas consultas de enfermagem e ao domicílio.
“Em contrapartida houve um grande aumento face a 2019, em todo o período em análise, do número de consultas – médicas e de enfermagem – não presenciais, que chegou a mais do que duplicar em abril”, descreve a mesma entidade na análise realizada.