PSD vive hoje um dos momentos mais difíceis da sua História, vendo-se na iminência de começar a definhar inexoravelmente, considerando a profunda modificação verificada no espetro partidário português.
Várias são as causas que contribuíram para esta realidade. Causas ideológicas ou causas relacionadas com as lideranças e as estratégias seguidas.
Mas a verdade é que o PSD deixou de querer ser o aglutinador das forças à sua esquerda, em nome de uma pretensa pureza ideológica, que apenas serviu para desmobilizar boa parte do seu eleitorado natural e fortalecer correntes ideológicas à sua direita.
Chegou a hora de, num contexto em que o governo começa a dar sinais de laivos de poder absoluto, com uma capacidade de diálogo menor do que antes das eleições, o PSD se afirmar como a alternativa credível e construtiva.
Luís Montenegro e Jorge Moreira da Silva são dois excelentes candidatos a presidente do PSD. Sou amiga de ambos e não me refugio nessa realidade para omitir a minha opinião sobre o futuro do meu partido. Mas, no momento político atual, acredito que Luís Montenegro é a pessoa certa para liderar o PSD.
O PSD precisa de uma liderança capaz de recuperar a sua capacidade de diálogo com a sociedade, fator fundamental para a definição de um novo caminho que reafirme o seu carácter reformista distintivo e que passa, indubitavelmente, por acrescentar à nossa matriz social-democrata algum do pragmatismo da corrente liberal.
Precisa de uma personalidade com visão e capaz de fazer pontes, que assume as suas responsabilidades e que, no seu percurso, travou as lutas que entendeu no momento adequado, nunca voltando as costas ao partido, nem sabotando a sua liderança, quando o resultado lhe foi desfavorável.
Precisa de um líder que domine profundamente o ambiente parlamentar, as relações entre os diferentes órgãos de soberania e que, por experiência própria, reconheça a importância inquestionável do Poder Local para o PSD.
Terá de ser alguém capaz de impor ao PS os debates urgentes quanto a questões tão importantes como a regionalização, a reforma da Justiça, a revisão constitucional e a reforma da lei eleitoral.
Terá de ser alguém capaz de mobilizar o partido e a sociedade para vencer as próximas eleições europeias e autárquicas, envolvendo todos aqueles que tenham pensamento político assente na social democracia de Francisco Sá Carneiro, que é o alicerce do sucesso que reconhece aos países nórdicos da Europa. Como disse Olaf Palm, um grande social democrata, “nós não queremos acabar com os ricos, queremos acabar com os pobres”.
É esta a grande diferença entre a social democracia e o socialismo que estagnou economicamente um país que, ano após ano, se vê ultrapassado por países que, ainda há não muito tempo, viviam atrás da cortina de ferro. Luís Montenegro traz esta esperança de devolver a Portugal uma democracia forte, capaz de identificar os erros da governação atual e, ao mesmo tempo, de apresentar aos portugueses uma alternativa de governo de matriz Social Democrata, reformista, focado no crescimento e desenvolvimento de Portugal e na melhoria da qualidade de vida das pessoas.
Por tudo isto, apoio Luís Montenegro. Eu ACREDITO.
Emilia Santos
Vice-presidente da Câmara Municipal da Maia