A Polícia Judiciária do Porto efetuou buscas na sede da McDonald’s em Oeiras e na Câmara de Valongo, no âmbito de um inquérito que apura alegadas transferências bancárias que totalizariam cerca de 100 mil euros, supostamente destinadas a acelerar o licenciamento de um restaurante.
De acordo com informações recolhidas pelo Jornal de Notícias e pela Agência Lusa, o inquérito, tutelado pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) Regional do Porto, apurou que o gestor de expansão da McDonald’s Portugal teria sido corrompido através de várias transferências bancárias, normalmente compreendidas entre 5 mil e 10 mil euros, que somariam aproximadamente 100 mil euros. Segundo as investigações, o promotor imobiliário Carlos Moura Guedes, proprietário da Imopartener, teria efetuado esses pagamentos como contrapartida para agilizar o licenciamento urbanístico de um restaurante da cadeia.
Ainda segundo o mesmo jornal, a pedido do referido promotor, o candidato do Partido Socialista às autárquicas, Paulo Esteves Ferreira, teria acelerado o processo de licenciamento e solicitado ao dono da Imopartener um patrocínio de 25 mil euros para o Clube de Propaganda da Natação (CPN) de Ermesinde. Em troca, o vereador, que acumula a vice-presidência da Câmara de Valongo, é suspeito de ter facilitado os trâmites do licenciamento, estando constituído arguido por prevaricação e outros crimes económicos.
As buscas realizadas abrangeram, para além da Câmara de Valongo, a sede da McDonald’s em Oeiras e as residências dos suspeitos. O Jornal de Notícias avançou que o inquérito constitui ainda um conjunto de diligências que inclui a análise de escutas e mensagens de WhatsApp, elementos que poderão confirmar as alegações de corrupção e violação das regras urbanísticas.
Em novembro, a concelhia do Partido Socialista aprovou a candidatura de Paulo Esteves Ferreira à Câmara de Valongo, enquanto o atual autarca, José Manuel Ribeiro, vai candidatar-se à câmara de Maia.