A ANA Aeroportos de Portugal iniciou um processo de limpeza regular no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, na Maia, devido à presença de dezenas de sem-abrigo que utilizam o espaço para se abrigar, transformando-o num problema de saúde pública.
No início deste ano, o Aeroporto Francisco Sá Carneiro, na Maia, tornou-se um refúgio para dezenas de sem-abrigo que improvisavam “quartos” nos bancos, por trás dos balcões de check-in, nos parques de estacionamento subterrâneos e entre os pilares. Esta situação, de acordo com o Jornal de Notícias, revelou um problema de saúde pública, com vários espaços a serem usados para consumo de droga e como casas de banho improvisadas.
Meses depois, a empresa começou recentemente a intervir, iniciando limpezas regulares das áreas afetadas. Ainda segundo o Jornal de Notícias, um aviso afixado em diversas portas do aeroporto explica que, desde o dia 10 de julho, “por questões de saúde pública”, a ANA tem procedido à “limpeza frequente destas áreas”, recolhendo e descartando os objetos abandonados. Com esta medida, os espaços foram limpos e os sem-abrigo afastados, embora alguns retornem após a higienização dos locais.
Em fevereiro deste ano, a Câmara da Maia realizou um levantamento das pessoas sem-abrigo a viver no aeroporto, identificando 59 indivíduos nessa condição. Silva Tiago destacou que a maioria destas pessoas não são originárias do concelho da Maia. “Nós fizemos esse apuramento e as mais de 50 pessoas que estavam lá a viver não são maiatos. Havia três ou quatro pessoas sem-abrigo que eram da Maia, os outros 46 eram de outros concelhos”, explicou o autarca.
O levantamento revelou ainda que a maioria das pessoas sem-abrigo no aeroporto eram de outras regiões, incluindo 11 estrangeiros. Durante uma sessão aberta aos jornalistas nesta quarta-feira, dia 19 de junho, Silva Tiago mencionou que alguns dos sem-abrigo são de concelhos limítrofes, defendendo que “a questão deve ser tratada em reunião da Área Metropolitana do Porto”.