O Primeiro-Ministro António Costa apresentou a sua demissão na sequência das investigações que levaram à sua suspeição em casos de corrupção, prevaricação e tráfico de influências ligados aos negócios do lítio e do hidrogénio, bem como a um projeto de data center, avançuo a SIC Notícias. Esta decisão surgiu após a Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmar a detenção de Vítor Escária, o seu chefe de gabinete, e anunciar que António Costa será investigado pelo Supremo Tribunal de Justiça.
A demissão do primeiro-ministro aconteceu na manhã desta terça-feira, dia 7 de novembro, após ter regressado do Palácio de Belém. Depois de ter estado com o Presidente da República de manhã e de Marcelo ter ouvido a Procuradora-Geral da República, Lucília Gago. O anuncio da demissão aconteceu pelas 14.00h, numa declaração feita na residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento.
A investigação, que desencadeou buscas e detenções de várias figuras governamentais e empresariais, está a examinar as concessões de exploração de lítio e a instalação de uma central de energia a hidrogénio em Sines, bem como a construção de um data center. O comunicado da PGR menciona a invocação do nome e da influência do Primeiro-Ministro para desbloquear procedimentos relacionados com estes projetos.
Para além de Escária, foram detidos Nuno Mascarenhas, presidente da Câmara de Sines, dois administradores da empresa Star Campus, e o advogado Rui de Oliveira Neves. João Galamba, ministro das Infraestruturas, e Nuno Lacasta, presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, foram constituídos arguidos.
Com a demissão de António Costa, o país aguarda as implicações políticas que se seguirão a este desfecho.