António Lopes Tavares, foi no passado domingo reeleito Provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto.
Candidato único, António Tavares foi reeleito para o cargo com “325 votos a favor, 48 nulos e 44 brancos”, num universo de quase 1.500 eleitores.
O provedor conclui que foi uma boa participação, fruto do “reconhecimento do que de positivo a Irmandade fez” no mandato anterior.
“Tradicionalmente existem sempre duas listas na Misericórdia, mas desta vez, felizmente, conseguiu-se um clima de unidade”, avaliou António Tavares.
O candidato foi a votos com um programa assente na área social, na saúde e nas novas receitas”.
A preocupação com os problemas sociais impõe-se “por força das circunstâncias”, mantendo-se o “apoio a todos aqueles que necessitam, como crianças em risco, idosos e deficientes”, entre outras.
“Ajudamos mil pessoas por dia”, afirmou.
Na saúde, o provedor disse que “a ideia é afirmar a Misericórdia como grande operador na Região Norte”, o que, a curto prazo, passa pela gestão do Centro de Reabilitação do Norte, em Gaia, já contratada com o actual Governo.
A instituição possui e gere os hospitais da Prelada e do Conde de Ferreira, no Porto.
“A terceira área é a das novas receitas, que a instituição perdeu por força da crise do Estado social e que tem a ver com investimento em duas novas áreas: uma delas é a cultura, com a abertura do Museu da Misericórdia do Porto, na Rua das Flores”, salientou António Tavares.
No futuro espaço, a instituição pretende reunir o seu “património artístico e cultural em exposição permanente”.
“Será o único museu do Porto na zona histórica. O concurso está lançado, dentro em breve estaremos em condição de fazer a adjudicação e gostava de o abrir no dia de São João do próximo ano”, realçou também.
Ainda nesta área, o provedor planeia avançar com a “recuperação do património imobiliário da Santa Casa” entre 2014 e 2020 e “voltar a rentabilizá-lo de novo.
A instituição pretende assim captar “novas receitas”, ao mesmo tempo que, com essa operação participar também na “reabilitação urbana do Porto”.
No antigo parque de campismo da Prelada, António Tavares disse que a instituição projecta criar “um jardim das quatro estações no lado da casa já recuperada” e reabilitar a mata situada no outro lado.
A Misericórdia estuda com o Regimento de Engenharia de Espinho a possibilidade de ser feita uma grande limpeza da mata e da zona envolvente, criando-se ali um espaço virado para o lazer e para a cultura.
“Temos já uma “parceria com o Sport Clube do Porto virada para o hipismo”, informou também.
Tavares disse à Lusa que “a ideia é criar no Parque da Prelada uma mistura de Serralves e do Parque da Cidade, onde a cultura e o lazer vão estar de mãos dadas”, garantindo, por outro lado, que “está completamente fora de hipótese” permitir construções naquele espaço verde.
Fonte: Agência Lusa