A apresentação pública da obra será realizada amanhã, dia 27 de outubro, pelas 10.30h, no Bairro do Sobreiro – Praceta das Mimosas. As ações de requalificação urbanística, previstas para o Bairro do Sobreiro, estender-se-ão até 2020.
O Notícias Maia sabe que os concursos comunitários, na área da eficiência energética, terão sido aprovados, permitindo assim a reabilitação da totalidade dos edifícios da urbanização que se situa em pleno centro do concelho. A requalificação do parque habitacional do Sobreiro é uma das promessas eleitorais para este mandato.
A sessão de apresentação será conduzida pelo Presidente da Câmara Municipal da Maia e Presidente do Conselho de Administração da Espaço Municipal, António Silva Tiago.
Cerca de 40 anos de Sobreiro
A construção de habitação social no concelho da Maia teve início na década de 70, com a construção dos Conjuntos Habitacionais do Sobreiro, Maia I e Maia II, num total de 788 fogos.
Da responsabilidade do Fundo de Fomento da Habitação, estes três conjuntos habitacionais foram implantados na zona central da área geográfica definida pelas antigas freguesias de Vermoim e da Maia que, juntamente com Gueifães deram origem à nova freguesia da Cidade da Maia.
A construção do Bairro do Sobreiro foi concluída em 1978, contando, à data com 666 fogos, distribuídos por 63 blocos de 4 pisos, 4 torres, 3 das quais ligadas com uma zona comercial e de armazenagem.
Bloco de Esquerda defende demolição do Bairro
O Bloco de Esquerda considera “a solução apresentada pela Espaço Municipal para as obras de renovação urbana e gestão de património no Bairro do Sobreiro não é a melhor”, para os bloquistas, a “melhor solução passaria pela demolição e reconstrução do edificado do Bairro do Sobreiro”.
O Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda na Assembleia Municipal da Maia, em nota de imprensa, assinada a 25 de setembro de 2018, recordou que a Urbanização do Sobreiro é composta por “equipamentos” com mais de 40 anos.
Os bloquistas consideram que “já na altura [da construção] os materiais e técnicas de construção não eram as melhores, sendo que o tempo de vida aconselhável para este tipo de edifícios é de 25 anos”.
Dezembro de 2017
A 21 de dezembro de 2017, em reunião de Câmara, foram aprovados os anteprojetos de duas empreitadas a executar na Urbanização do Sobreiro.
A primeira, respeitante à reabilitação da Rua Central do Sobreiro, contemplava a renovação parcial de infraestruturas e passeios acessíveis.
A segunda, concernente à reabilitação dos espaços públicos e infraestruturas da Urbanização do Sobreiro, abrangia a edificação de áreas verdes, zona de ciclovia, uma nova rua de ligação entre a Rua Central do Sobreiro e a Rua Padre Luís Campos e infraestruturas de abastecimento de água, saneamento, águas pluviais, telecomunicação e eletricidade.
O conjunto de intervenções estava orçado em €2,5M, contemplados no Quadro de compromissos do PEDU e igualmente ao abrigo de ações do PAICD e do PAMUS, programas de financiamento comunitários.
Por seu lado, a Rua Central do Sobreiro seria reabilitada no âmbito do PEDU/PARU, tendo para tal sido alocado um montante de €1,860M.
Fevereiro de 2010
Em fevereiro de 2010, o Jornal de Notícias divulgava que a requalificação do centro da Maia, que incluía a demolição do Bairro do Sobreiro, na altura com 450 famílias, tinha sido adiada. Os espanhóis da MRA haviam abandonado a sociedade de reabilitação urbana Parque Maior e o projeto estaria então nas mãos da Autarquia.
Previa-se um investimento de 250 milhões de euros, a criação de uma zona verde com 73 mil hectares (o equivalente a sete campos de futebol), a construção de 1300 casas, 31 mil metros quadrados para o sector terciário e 34 210 metros quadrados para equipamentos sociais.
Outubro de 2001
Em outubro de 2001, a Câmara Municipal da Maia afirmava ao jornal Público querer “acabar com o Bairro do Sobreiro, no centro da cidade, e transferir os seus quase três mil moradores para outras casas já construídas ou a construir noutros locais do concelho”.
Segundo o então presidente da autarquia, Vieira de Carvalho, estava a “chegar ao fim o prazo de vida” do megacomplexo residencial, inaugurado no dia 8 de Janeiro de 1981 e “não há volta a dar-lhe”.
Vieira de Carvalho dizia na altura que “a câmara já lá gastou centenas de milhares de contos, mas a degradação não pára”.
Algumas pessoas tinham à data sido transferidas para outros bairros e o processo iria prosseguir, mas, de acordo com o autarca, não havia “pressa nenhuma”. Era um programa “para 15/20 anos.”