“O Segredo do Teatro Baquet” é o nome do mais recente romance do escritor maiato Joaquim de Matos Pinheiro, lançado no dia 12 no Teatro Hotel, no Porto, que se situa no preciso local onde até 1888 existiu o Teatro Baquet. Ao tempo este teatro era uma das mais prestigiadas salas de espetáculos do Porto.
O Teatro Baquet foi destruído por um pavoroso incêndio na noite de 20 de Março daquele ano, numa altura em que se representava a ópera cómica “Os Dragões de Villars”, tendo morrido no sinistro mais de uma centena de pessoas, entre espetadores, artistas, músicos e outros empregados do teatro.
Entre as vítimas do incêndio encontrava-se a famosa “mulher-homem da Granja do Tedo”, uma lendária figura feminina, que na sua juventude fez parte de uma estranha seita religiosa que se tornou muito popular em algumas localidades do Douro e que acabou por ficar ligada à história da cidade por andar sempre trajada de homem.
Nessa condição chegou a namorar e a prometer casamento a várias jovens da cidade. Porém, ao ser descoberta pela polícia a sua verdadeira identidade, a mulher-homem acabou por assumir a sua condução feminina e até se uniu pelo casamento ao filho único de uma conhecida família portuense.
É nessa relação amorosa que entronca a história contada por Joaquim de Matos Pinheiro no seu romance “O Segredo do Teatro Baquet”, em cujo enredo factos reais se misturam com puras cenas de ficção, que transportam até à atualidade um cortejo de amores desprezados, ciúmes sofridos e incontidos e secretos desejos de vingança, que irão desembocar na horrível tragédia que destruiu aquela casa de espetáculos e então enlutou o Porto e o País.
Apresentado pela jornalista Carla Marques, que fez questão de realçar as interessante e curiosas descrições que o autor faz do Porto oitocentista, nem ela nem Joaquim de Matos Pinheiro se dispuseram a desvendar para o público que esteve presente no evento, o segredo que o livro esconde e dá razão ao título: isso – disse Carla Marques é trabalho que fica a cargo dos leitores.