O Parlamento Europeu votou e aprovou um pacote de assistência financeira à Ucrânia, no valor de 1,2 mil milhões de euros, no passado dia 24 de fevereiro, para o país fazer face “às necessidades de financiamento” que foram gravadas pelo conflito com a Rússia. Os eurodeputados do Bloco de Esquerda (BE), Marisa Matias e José Gusmão, abstiveram-se e os do Partido Comunista Português (PCP), Sandra Pereira e João Pimenta Lopes, votaram contra.
As razões, explicam os eurodeputados do BE, prendem-se com as condições desde financiamento, votado ainda antes da invasão russa, que consideram ser um programa idêntico ao da troika em Portugal. José Gusmão afirmou que o apoio “é condicional”. Os eurodeputados do PCP acompanham esta linha de pensamento, respondem ao jornal Público que “são conhecidas as consequências deste tipo de ‘assistências macrofinanceiras’ com a implementação de políticas de austeridade, ataques a direitos laborais e sociais e redução das funções sociais do Estado, como na saúde, ou a liberalização de sectores como a energia”.
Já esta terça-feira, o PCP, em comunicado do gabinete de imprensa dos eurodeputados comunistas sublinhou que “o PCP condena o caminho de ingerência, de violência e de confrontação decorrente do golpe de estado de 2014 promovido pelos EUA na Ucrânia, a que se seguiu a recente intervenção militar da Rússia, e a que se acrescenta a intensificação da escalada belicista dos EUA, da NATO e da UE”.
Também esta terça-feira, os eurodeputados do PCP votaram contra a resolução que condena com maior veemência a agressão militar “não provocada e injustificada” e que pede que se “desenvolvam esforços no sentido de conceder à Ucrânia o estatuto de país candidato à adesão à UE”.