O Bloco de Esquerda considera “a solução apresentada pela Espaço Municipal para as obras de renovação urbana e gestão de património no Bairro do Sobreiro não é a melhor”, para os bloquistas, a “melhor solução passaria pela demolição e reconstrução do edificado do Bairro do Sobreiro”.
O Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda na Assembleia Municipal da Maia, em nota de imprensa, assinada a 25 de setembro de 2018, recordam que a Urbanização do Sobreiro é composta por “equipamentos” com mais de 40 anos. Os bloquistas consideram que “já na altura [da construção] os materiais e técnicas de construção não eram as melhores, sendo que o tempo de vida aconselhável para este tipo de edifícios é de 25 anos”.
O partido considera que as obras propostas pela Espaço Municipal melhora em parte, mas não resolve o problema da degradação, sendo uma forma de contornar e esconder o problema, “e com isso gastando milhões”.
Para o BE, a melhor solução passaria pela demolição e reconstrução do edificado do Bairro do Sobreiro, “aproveitando o terreno livre existente pelas demolições já efetuadas para proceder à construção de novas habitações, que seriam ocupadas de forma planeada e paulatinamente, avançando-se para as restantes demolições”.
O Bloco defende que existem condições para a construção de “um novo equipamento habitacional virado para o futuro, adaptado às exigências atuais, quer em termos de segurança, habitabilidade, respeito pelo meio ambiente, qualidade de vida, integração e inclusão social, igualdade de oportunidades para todos, incluindo pessoas com deficiência”.
BE alerta executivo para riscos da especulação imobiliária
O Bloco de Esquerda não concorda igualmente com o investimento imobiliário da Câmara Municipal da Maia no fundo especial “Maia Imo”, um fundo fechado de subscrição particular, mas que considera ser igual aos “outros, pois está sujeito às regras do mercado”.
Para o Bloco, “os maus resultados acumulados pelo fundo ao longo de 10 anos de existência demonstram que não existia, por parte da oposição, nenhum pessimismo exagerado”, e sublinham que esta forma de arrecadação de verbas por parte de entidades públicas é “muito perigosa”, porque os resultados do investimento “estão dependentes do poder financeiro e da especulação imobiliária”.
Os deputados municipais bloquistas marcam a sua posição, afirmando que “não é certo que a avaliação dos ativos no momento da sua constituição corresponda, até hoje, ao mesmo valor”, tendo o município “obrigações em matéria de serviço da dívida decorrente dessa operação”.
Os bloquistas lembram ainda o alerta dado pelo ex-ministro das Finanças alemão, Schäuble, em outubro de 2017, acerca dos sinais perturbadores a nível global, referindo ainda os alertas dados este mês pelos economistas Roubini e Rosa, “que afirmam num artigo publicado pelo Financial Times que está a fermentar uma nova crise financeira e recessão global”.