A empresa abriu uma filial e comprou os direitos mundiais de investigação da doença de Parkinson a uma empresa norte-amercana.
Passar do tratamento dos sintomas desta doença generativa para a criação do primeiro fármaco que atua nas causas, de modo até a travá-la. É esta a premissa que levou a empresa, sediada na Trofa, a investir 110 milhões de euros na compra dos projetos de investigação nesta área à norte-americana Lysosomal Therapeutics.
Em conferência de imprensa, o presidente executivo (CEO) da empresa farmacêutica portuguesa disse que a nova Bial Biotech Investments Inc. (Bial Biotech) – considerado um ‘hub’ mundial de investigação nas áreas da saúde e da biotecnologia – será “um centro de excelência de inovação dedicado à doença de Parkinson”, focado no desenvolvimento de terapias para mutações genéticas associadas a esta patologia neurodegenerativa.
Simultaneamente, afirmou António Portela, a Bial concretizou a aquisição dos direitos mundiais dos programas de investigação na doença de Parkinson da ‘startup’ biotecnológica norte-americana Lysosomal Therapeutics Inc. (LTI), integrando a sua equipa de seis investigadores no novo centro.
António Portela destacou ainda a importância de a Bial ter a sua “própria equipa” nos EUA, neste caso uma “equipa que traz uma experiência muito interessante no tratamento destas mutações genéticas e que tem anos de trabalho nesta área”, assim como o facto de a empresa passar “a ter acesso a um conjunto de institutos e universidades que não tinha antes”.
“Os medicamentos, hoje, para o tratamento da doença de Parkinson tratam os sintomas, não tratam a causa da doença e não atrasam a sua progressão. Aquilo que esta equipa, que agora estamos a juntar a nós, está a desenvolver são compostos que procuram alterar o curso da doença, procuram ir mais longe, não só tratando a sintomatologia da doença de Parkinson, mas procurando alterar o curso da doença”, explicou.
Admitindo que “até hoje nunca ninguém foi capaz de fazer isso”, pelo que “obviamente o risco é elevadíssimo”, António Portela destacou que muito grande é também a “ambição” da Bial em “poder ir ainda mais longe” do que já se foi na área da doença da Parkinson.