Entre 5 e 24 de novembro, a Biblioteca Municipal da Maia recebe a exposição que assinala o 100º aniversário do escritor Papiniano Carlos.
De seu nome completo Papiniano Manuel Carlos de Vasconcelos Rodrigues, nasceu em Lourenço Marques a 9 de novembro de 1918. Morreu em Pedrouços, Maia, a 5 de dezembro de 2012.
Aos 10 anos veio com a mãe para o Porto e depois para a Maia, tendo frequentado os estudos secundários no Liceu Alexandre Herculano e ingressado na universidade. Em 1942 publica “Esboço”, um livro de poesia que constitui a sua primeira obra editada.
Em 1946 sai “Estrada Nova” – Caderno de Poemas (com a particularidade de a capa ser de Júlio Pomar) e que teve muita aceitação pelo público e pela PIDE, já que esta a apreendeu pouco depois de publicada. Começa aqui uma espécie de jogo do gato e do rato, infelizmente comum à época, entre publicação e apreensão.
À escrita, ao ativismo político (juntou-se ao PCP) e à intervenção cívica junta-se a atividade cultural, tendo sido, por exemplo, colaborador das revistas “Seara Nova” e “Vértice” e dirigente do Círculo de Cultura Teatral do Teatro Experimental do Porto.
Em 1962 publicou “A Menina Gotinha de Água”, livro de literatura infantil que se constitui no seu maior êxito editorial, e que é uma das grandes responsáveis pela renovação deste género literário, sobretudo da sua função educativa. Abriu as portas a uma plêiade de escritores para público infantil de muito mérito.
Entre outros livros, distribuídos pela Poesia, pela Dramaturgia e pela Ficção, publicou: Mãe Terra (poemas, 1948); As Florestas e os Ventos – contos e poemas (1952); A rosa nocturna (crónicas, 1961); A ave sobre a cidade (poemas, 1973), O rio na Treva (romance, 1975) e A Memória com Passaporte: Um tal Perafita na ‘Casa del Campo’ (memórias, 1998).
Para a infância e juventude escreveu ainda: Luisinho e as andorinhas (1977), O grande lagarto da pedra azul (1989) e A Viagem de Alexandra (2008).