Fernando Jorge Tavares de Oliveira é conhecido no mundo do futebol por Bock. Um conhecido da cidade, iniciou a carreira como futebolista sénior precisamente na Maia, na época de 1994/1995. Começa agora a segunda época ao leme da equipa. Enquanto futebolista, Bock, foi um super avançado que realizou 372 jogos como profissional, tendo marcado, ao todo, 109 golos em jogos oficiais. Foi formado no FC Porto, onde jogou até ao escalão de juniores e passou depois por clubes como o Trofense, o Leixões, o Vizela e o Freamunde.
Acompanhamos um treino desta pré-época e no fim estivemos à conversa com o mister.
Notícias Maia: Que primeiras impressões conseguiu retirar desta equipa com várias caras novas?
Bock: As primeiras impressões são boas. Desde o momento em que assumi o projeto, no ano passado, sabia que este ano iríamos tentar fazer bons resultados e ter uma equipa mais competitiva, fruto das boas condições que temos, dos treinos matinais e do conhecimento que tenho do futebol. As minhas amizades no futebol permitiram trazer alguns jogadores para a equipa que, independentemente da idade, certamente serão uma mais-valia para o clube.
Conseguimos criar um grupo fantástico. Nestes quatro dias de preparação já deu para ver o espírito de conquista. Queremos fazer muito melhor do que no ano passado, queremos uma grande época onde os jogadores se valorizem.
Desengane-se quem pensa que o Maia Lidador fez uma equipa para lutar pela subida de divisão porque o mais importante é fazer uma equipa competitiva dentro dos limites orçamentais que nós temos. Há equipas com muito mais orçamento e com mais capacidade financeira. Sabemos que o Maia Lidador só vai até onde pode ir.
Posso prometer que o Maia Lidador vai ter uma equipa competitiva e que vai deixar os adeptos orgulhosos.
NM: O plantel já está fechado ?
B: Poderá haver uma ou outra entrada, mas nada de relevante. Poderá eventualmente existir uma entrada para o meio campo. Ainda estamos na primeira semana de trabalho, a avaliar as lacunas existentes.
NM: Há uma aposta em jogadores experientes. O que é que eles podem acrescentar?
B: O Maia Lidador está a apostar nos jogadores que podemos ter, tal como o Cadú ou o Dani. Nesta divisão, para a equipa jovem que temos e para os estrangeiros, estes jogadores podem ajudar a ter um rendimento diferente e a praticar um futebol bonito. Se tivéssemos mais experiência na época passada poderíamos ter chegado talvez ao quarto ou quinto lugar.
Eu sou apologista da experiência e certamente os jogadores que chegaram têm muito para dar ao Maia Lidador. O Cafú queria acabar a carreira mas sentiu-se tão motivado nos últimos quatro meses que decidiu continuar a jogar e eu vejo que ele tem condições.
Penso que vamos jogar um futebol bonito e agradável que vai chamar os adeptos. É pena ver este estádio despido. Digo aos meus jogadores que temos de chamar pela massa associativa ganhando e fazendo boas exibições com futebol bonito.
Também temos jogadores jovens de qualidade. Sou um grande apologista da formação e julgo que a equipa de Sub23 vai ser muito importante para o futuro do Maia Lidador. Estar na Divisão de Elite é muito curto e está na altura da Cidade da Maia dar o pulo.
NM: Equipas fortes como o Rio Ave e o Canelas não disputam o campeonato da Divisão de Elite Pro-Nacional nesta época. O trabalho está facilitado?
B: Penso que o Canelas era uma equipa forte e que o Rio Ave tinha muita qualidade, tendo sido das equipas que mais gostei na última época. Para quem fica nesta série são menos concorrentes diretos mas há equipas igualmente competitivas e não altera nada. Temos um objetivo desde início, o de andar nos lugares cimeiros, nos três ou quatro primeiros lugares.
Não entramos em loucuras e perdemos mesmo alguns jogadores porque outros clubes desta divisão que têm mais capacidade financeira. Tentei jogadores que foram para outras equipas porque financeiramente não somos capazes de competir com elas.
Temos de marcar a diferença. Temos uma equipa experiente e preocupei-me em ir buscar jogadores irreverentes que conheço bem, tentando juntar o útil ao agradável ou, neste caso, a juventude à experiência. Penso que conseguimos fazer um grupo forte pelo que vi nestes primeiros dias. AM/JL