O presidente da Câmara da Maia defendeu na passada quarta-feira o comportamento de “verdadeiro paladino” do líder da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) quanto aos PEDU e acusou a tutela pelo “mal-estar instalado” entre autarcas.
“Emídio Gomes comportou-se como um verdadeiro paladino dos interesses da grande maioria da população do Norte do país e não se deixou submeter às pressões de natureza partidária que muitas vezes inquinam o superior interesse público”, refere o autarca em comunicado.
Para Bragança Fernandes “os ataques feitos ao presidente da CCDR-N, Emídio Gomes, a propósito das verbas dos PEDU” (Planos Estratégicos de Desenvolvimento Urbano), foram “descabidos e injustos” e o comportamento do ministro do Planeamento, Pedro Marques, “não está a ser muito correcto, sendo o principal culpado do mal-estar instalado”.
“O presidente da CCDR-N limitou-se a resistir a um verdadeiro processo de negociatas realizadas entre autarcas socialistas e outros, alegadamente independentes, e o Governo da República que apenas visavam fazer uma engenharia de redistribuição das citadas verbas em prejuízo dos demais municípios do Norte do país”, sublinhou.
No caso do Porto, o presidente da autarquia, Rui Moreira, justificou a decisão com o facto de o contrato proposto pela CCDR-N, no valor de 26,5 milhões de euros, não contemplar a majoração de 20% prometida pelo ministro do Planeamento e Infra-estruturas.
Também Gondomar se escusou a aceitar as propostas feitas “em cima do joelho”, com “contas de merceeiro” e “vários avanços e recuos por parte da CCDR-N”, afirmou o vice-presidente da Câmara de Gondomar.
Já o presidente da Câmara de Gaia pediu na terça-feira esclarecimentos sobre se “quem manda” nos critérios de atribuição de fundos comunitários é o ministro da tutela ou a CCDR-N.
No passado sábado, Eduardo Vítor Rodrigues afirmou à Lusa que iria assinar a proposta mas, por causa de “critérios deambulantes e pouco transparentes na distribuição” das verbas por parte da CCDR-N, decidiu terça-feira não comparecer na cerimónia de assinatura dos contratos que decorreu em Santa Maria da Feira.
“Nas próximas semanas os procedimentos serão cumpridos e concluiremos este processo. Gostava que já tivesse sido agora mas não valorizo mais do que isso”, assinalou o ministro que não quis tecer comentários sobre a “relação entre a tutela e a CCDR-N”, adiantando apenas que “em devido tempo” os procedimentos serão afinados.
Presente na cerimónia de assinatura em Santa Maria da Feira, o presidente da CCDR-N, Emídio Gomes, escusou-se a comentar o processo, afirmando: “quando fala o Papa, não falam cardeais”.
Fonte: publico.pt