A concelhia da Maia votou o nome de Teresa Almadanim mas o Secretariado Nacional impôs agora Francisco Vieira de Carvalho, em coligação com o JPP. PS Maia fala em “interesses ocultos que não se coadunam com os Princípios e os Valores” que defende.
A Comissão Permanente do Secretariado Nacional do Partido Socialista (PS) chamou para si o processo de escolha do candidato cabeça de lista à Câmara Municipal da Maia. Em causa está um desacordo entre a estrutura local, que votou por maioria o nome da independente Teresa Almadanim, e a estrutura nacional do partido, que pretendia impor o nome de Francisco Vieira de Carvalho, antigo militante do PSD e atual vereador sem pelouro na Câmara Municipal da Maia. A Federação Distrital do Porto, liderada por Manuel Pizzaro, tinha já aceitado propor o nome de Teresa Alamdanim.
Na deliberação, tomada neste domingo dia 20 de junho, o PS nacional decidiu ignorar a escolha dos militantes maiatos e assim abrir portas à reedição da coligação com o Juntos Pelo Povo (JPP), que em 2017 obteve 36,63% dos votos. Tudo indica que desta forma caia o nome de Teresa Aladanim, apesar de ter sido anunciada pela estrutura local, há várias semanas, como candidata às autárquicas de 2021 e primeira mulher a concorrer ao cargo, pelo partido.
Teresa Almadanim foi votada no dia 6 de maio, em reunião da Comissão Política Concelhia, tendo a proposta sido subscrita pelo Presidente da Comissão Política Concelhia, por 5 dos 6 Secretários Coordenadores das Secções de Residência da Concelhia, pelo único Presidente de Junta de Freguesia eleito pelo PS, pela maioria dos Membros eleitos da Comissão Política Concelhia, pelo Coordenador Concelhio da Juventude Socialista e pela totalidade dos membros inerentes, com direito a voto, da Juventude Socialista.
A imposição de Francisco Vieira de Carvalho vai contra a vontade da estrutura maiata do PS, dado que segundo fonte não oficial da concelhia, estes a coligação com o JPP “hipotecou os valores e os princípios do PS”. A escolha de Francisco Vieira de Carvalho que é tida como “um candidato identificado com a direita, que militou ativamente no PSD, que disputou a liderança concelhia do PSD na Maia, que transporta com o seu nome um legado que o PS combateu ao longo de vários anos e que apenas entregou o seu cartão de militante do PSD após a sua designação como candidato pelo PS”, abriu uma grande divisão no interior do PS Maia e no eleitorado socialista.
Mais ainda, sabe o NOTÍCIAS MAIA que a estrutura da Maia do PS acusa o JPP de ser apenas um “refúgio aos dissidentes do PSD, apoiantes do Francisco Vieira de Carvalho nas lutas internas do PSD, juntando-se a estes alguns dissidentes do CDS”, não passando de uma casa para os que “não se identificavam com o PS”. Esta posição chegou a ser vincada em Assembleia Municipal, por um militante do Partido Socialista.