O Ministério Público belga revelou que foram realizadas buscas na residência e no escritório de um funcionário do Parlamento Europeu, em Bruxelas, devido a suspeitas de interferência russa. As ações ocorrem a menos de duas semanas das eleições europeias.
As autoridades belgas, em colaboração com o Eurojust e as autoridades francesas, efetuaram esta quarta-feira, dia 29 de maio, buscas na residência de um funcionário do Parlamento Europeu e no seu escritório em Bruxelas, no âmbito de uma investigação por suspeitas de interferência russa. De acordo com a Associated Press (AP), também o escritório do suspeito em Estrasburgo, onde está localizada a sede do Parlamento Europeu, foi alvo de buscas.
Estas operações têm lugar a menos de duas semanas das eleições europeias, que se realizarão entre 6 e 9 de junho. A investigação já tinha sido anunciada no mês passado pelo primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, que afirmou que os serviços secretos do país confirmaram a existência de uma rede que tentava influenciar o apoio à Ucrânia.
Em comunicado, os procuradores belgas explicaram que as buscas fazem parte de um caso de interferência, corrupção passiva e ligação a uma organização criminosa, estando relacionadas com indícios de interferência russa. “As buscas fazem parte de um caso de interferência, corrupção passiva e ligação a uma organização criminosa e estão relacionadas com indícios de interferência russa, através da qual membros do Parlamento Europeu foram abordados e pagos para promover a propaganda russa através do site de notícias Voz da Europa”, escreveram os procuradores, acrescentando que acreditam que o funcionário desempenhou “um papel significativo nisso”.
A União Europeia proibiu este mês a “Voz da Europa” e outros três meios de comunicação russos de transmitir no bloco de 27 países, alegando que todos estavam sob controlo do Kremlin e tinham como alvo “partidos políticos europeus, especialmente durante períodos eleitorais”. Desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022, a UE já tinha suspendido as transmissões da “Russia Today” e do “Sputnik”.
Segundo o primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, a investigação revelou que membros do Parlamento Europeu tinham sido abordados com ofertas de dinheiro para promoverem propaganda russa. “De acordo com o nosso serviço secreto, os objetivos de Moscovo são claros – ajudar a eleger mais candidatos pró-Rússia para o Parlamento Europeu e reforçar uma certa narrativa pró-Rússia”, afirmou De Croo há cerca de um mês .