A Maia está a preparar uma descida na fatura de tratamento de resíduos paga pelos munícipes, depois da reciclagem ter disparado. A entrega de 77 mil ecopontos domésticos já permitiu pagar menos à Lipor.
I sabel Viegas habituou–se a, em dias certos, pôr à porta o contentor da reciclagem. “Quando vou sair para o trabalho, vejo que toda a gente na rua também pôs o contentor”, conta esta funcionária pública de Vila Nova da Telha, que, com a sua família onde há três crianças, contribuiu para que a Maia se tenha tornado a campeã nacional de reciclagem.
O volume de resíduos separados dentro das habitações começou a aumentar quando, em setembro, a Autarquia começou a distribuir ecopontos domésticos. Desde então, foram colocados nas habitações 77 mil ecopontos, um investimento de 1,2 milhões de euros, comparticipado por fundos comunitários.
Foi a própria Câmara que percebeu que estava a liderar, ao comparar-se com outros municípios que divulgam o volume de reciclagem. “Estamos em primeiro e a grande distância do segundo, que é Lisboa”, disse, o presidente Bragança Fernandes.
Entre janeiro e maio deste ano, a Maiambiente registou um aumento de 12,1% nos resíduos valorizáveis (papel, plástico, vidro), que representam 30,5% do total de resíduos da Maia. Verificou que se está a fazer menos lixo e, sobretudo, menos lixo não separado. No total, houve menos 3,8% de resíduos recolhidos e menos 9,4% de resíduos indiferenciados.
A recolha de embalagens mais do que duplicou, com o papel e o vidro a registar “máximos absolutos históricos”, segundo a Maiambiente. Com isto, a Maia está a poupar, estando já com a fatura da Lipor mais baixa em cerca de 30%.
“As pessoas não têm noção do quanto nos custa tratar o lixo. A Lipor cobra 50 mil euros mais IVA por tonelada, e temos ainda os encargos da recolha, mas quando entregamos o lixo já separado, pagamos muito menos”, declarou o autarca.
A família Viegas, motivada pelas crianças com idades entre os 6 e os 11 anos que traziam a mensagem da escola, já fazia reciclagem, mas havia momentos em que facilitava. “Duas vezes por semana, tínhamos de encher o carro e levar ao ecoponto. Agora, com os contentores, é muito mais fácil”, contou Isabel