A carga fiscal em Portugal fixou-se em 36,4% do PIB no último ano, representando o maior aumento desde 2013, segundo os recentes dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Os mais recentes números divulgados pelo INE apontam para uma subida da carga fiscal em 14,9% em relação a 2021, alcançando os 36,4% do PIB em 2022. Este aumento é influenciado tanto pela inflação como pelo dinamismo no mercado de trabalho, marcado pelo crescimento do emprego remunerado e subida do salário mínimo.
Em termos absolutos, o Estado arrecadou 87,1 mil milhões de euros em 2022, uma cifra superior em 11,3 mil milhões em relação ao ano anterior. Na perspectiva histórica, ao longo dos últimos 13 anos, a receita proveniente de impostos aumentou, em média, 4% ao ano.
No desagregar dos impostos, os diretos viram um crescimento de 24,1%, fortemente influenciado pelo IRS. A evolução dos impostos indiretos também foi significativa, com destaque para o IVA, que cresceu 18,1%. Este aumento é reflexo da inflação e da ascensão dos preços no sector imobiliário.
Por outro lado, a receita do imposto sobre produtos petrolíferos e energéticos sofreu uma queda de 21,3%, resultante das medidas de contenção dos preços dos combustíveis.
O INE também salienta que, apesar da subida, a carga fiscal em Portugal ainda se encontra abaixo da média europeia. Em 2021, Portugal ocupou a 9ª posição entre os países da União Europeia com menor carga fiscal.