Carlos Tavares, antigo presidente-executivo da Stellantis, admite a possibilidade de se tornar acionista da TAP. O gestor, que sai da gigante automóvel um ano antes do previsto, elogiou o trabalho do Governo e da equipa de gestão da TAP, afirmando que “Portugal está a fazer um excelente trabalho”.
Carlos Tavares, gestor do setor automóvel, revelou em entrevista ao semanário Expresso que pondera entrar no capital da TAP enquanto acionista. A declaração surge pouco depois de ser anunciada a sua saída antecipada da liderança da Stellantis, grupo automóvel que detém 15 marcas, como Peugeot, Fiat e Jeep.
A saída de Tavares acontece um ano antes do previsto e num contexto em que a Stellantis enfrenta desafios ligados à perda de receitas e à transição energética. O gestor garantiu que a decisão foi “natural e consensual” entre as partes.
A possível entrada de Carlos Tavares na TAP surge num momento em que o processo de privatização da companhia aérea está em curso, com pelo menos 12 interessados, alguns fora da Europa. O gestor português mostra abertura para assumir o papel de “acionista”, “investidor” ou “membro do conselho de administração”, mas recusa qualquer participação no executivo da empresa.
“Há solicitações às quais, neste momento, eu ainda não respondi. Estou a ser solicitado para isso”, revelou ao Expresso, acrescentando que sente um “apelo patriótico” para aceitar o desafio.
Além de manifestar interesse na participação acionista, Carlos Tavares destacou a gestão da TAP, afirmando que “os resultados da empresa estão a melhorar imenso” e que o Governo “tem toda a razão” ao focar-se numa perspetiva de longo prazo para garantir a viabilidade da transportadora aérea nacional.
Tavares também defendeu que a TAP deve reembolsar o Estado pelas ajudas financeiras recebidas durante a pandemia, alinhando-se com a posição do Governo português.