Depois de almoçar num conceituado restaurante de sushi maiato, a porta-voz do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, deslocou-se a uma “ação de protesto e sensibilização para o grave problema da poluição da Siderurgia Nacional”, em São Pedro Fins. A deputada considerou ontem “urgente” garantir que os resíduos da Siderurgia Nacional na Maia estão bem acondicionados enquanto não é criada uma solução permanente, tendo defendido ainda a realização de uma inspeção à Siderurgia para verificar se está a cumprir “tudo o que deve cumprir” do ponto de vista dos filtros das suas chaminés.
“Em fevereiro foi aprovado em Assembleia da República uma resolução para resolver o problema dos resíduos da Siderurgia Nacional. Esses resíduos existem aqui na Maia e com problemas ambientais graves para a saúde de quem aqui vive”, afirmou durante a ação “Siderurgia Sim, Poluição Não”. Realçando ser a saúde pública das pessoas que está em causa, Catarina Martins salientou que os habitantes têm “muitas dúvidas” de que a Siderurgia esteja a cumprir todas as normas ambientais, nomeadamente no que diz respeito aos filtros.
“É uma exigência maior ambiental na Maia, de quem vive aqui e de quem vê as plantas no quintal cobertas de negro e de quem vê que os resíduos ficam no telhado agarrados como um íman”, disse.
A porta-voz do BE realçou que estão a ser estudadas soluções, mas enquanto isso as pessoas não podem continuar sujeitas a este “grave dano” para a saúde. “A siderurgia é sem dúvida uma indústria importante pelo emprego que cria, mas como em todas as indústrias tem que cumprir regras ambientais”, vincou.
Segundo os moradores, os gases e as partículas de metais e outros materiais envenenam o ar, os solos, as linhas de água e os lençóis freáticos. Além disso, afirmaram que os barulhos “por vezes ensurdecedores” parecem rebentamentos, ao ponto de as paredes racharem. A Siderurgia Nacional, de capitais espanhóis, tem unidades transformadoras na Maia e no Seixal, distrito de Setúbal.