A três semanas das eleições legislativas, João Leitão, até então vice-presidente do Chega Maia, abandonou o partido e acusa agora a estrutura de “nepotismo” e “censura”.
Numa entrevista à SIC, o ex-militante diz sentir-se “desiludido” com o partido, acrescentando que reuniu “com centenas de simpatizantes que mais tarde se tornaram militantes” e que quer “também pedir desculpa a essas pessoas”.
Além de João Leitão, também João Almeida e José Carlos Silva, ex-coordenadores de núcleos de freguesia da concelhia da Maia, se desfiliaram do Chega há poucos dias. Ao NOVO, dizem sentir-se enganados e vão mais longe, comparando o partido liderado por André Ventura a uma “seita” onde impera o “culto da personalidade”.
“Dentro do Chega impera a ditadura e a censura. Dizermos, por exemplo, que numa determinada concelhia existe nepotismo era motivo para recebermos uma ordem de suspensão ou até de expulsão do partido. Mas não é a censura que nos vai calar. Por isso, desfiliamo-nos e já podemos falar. Falaríamos na mesma, mas não lhes damos o gosto de nos suspenderem ou expulsarem”, explica João Leitão ao mesmo jornal. “O cenário é uma realidade transversal a todo o país: “O Chega é hoje um partido onde, das bases à direção nacional, prolifera o nepotismo e o clientelismo”, acrescenta ainda.
Recorde-se que, durante a campanha para as eleições autárquicas de 2021, foram vários os cartazes espalhados pelo concelho onde André Pedro Almeida, à data candidato à Câmara Municipal da Maia, era acusado de favorecer amigos, funcionários e familiares dentro do partido.