Por: Nelson Maia, Julho de 2020.
Por circunstâncias que já conhecemos, a romaria da Nossa Senhora do Bom Despacho não se irá concretizar. Depois da ressaca dos santos populares com os seus festejos caseiros e intimistas, será a vez da festa popular mais procurada da Maia passar por um processo festivo similar.
Sei muito bem que as gentes da Maia possuem boa memória, uma característica de quem ama a sua terra e preserva o seu passado, por isso, a nossa memória coletiva será a melhor maneira de celebrar a santa padroeira e todo o seu concelho.
Saborear as nossas lembranças é como “viajar no tempo”, um percurso que todos nós temos a possibilidade de o fazer.
Por estas alturas a avenida Visconde Barreiros enchia-se de vida. O cheiro a fritos dos churros e das farturas; as bancas africanas com o seu apelativo artesanato e as suas bugigangas chinesas; as roulottes com a sua tradicional ementa à base de bifanas, cachorros e hambúrgueres; a feira agrícola; a feira do livro com a sua agenda preenchida e cativante, as bandas filarmónicas que soltavam saudosas melodias no Santuário; os ameríndios com as suas coloridas bancas; os vendedores com as últimas “modas” de brinquedos de plástico; a magnífica e bem recheada feira de artesanato; o fluxo quase líquido do vaivém de pessoas; os lendários concertos; a majestosa procissão e o não menos famoso fogo-de-artifício que arrebatava qualquer observador.
Juntos conseguimos superar as adversidades, juntos poderemos ser mais. A romaria da Nossa Senhora do Bom Despacho “voará” sempre dentro das nossas memórias.