Há poucos meses atrás, os maiatos assistiram à chegada da recente obra pública da cidade, a escultura ZMORK para a Maia (da autoria de Robert Schad), uma encomenda do executivo da Camara Municipal da Maia, em homenagem à alma empreendedora do concelho.
As razões são meramente comemorativas, não desvalorizando as nobres intenções que levaram a executar a obra, creio que a altura da encomenda e apresentação da mesma, não foi feliz. Muitas empresas perderam capital, houveram despedimentos e muitas famílias passaram e passam por dificuldades extremas. Os 75 mil euros “gastos” nesta encomenda serviam para colmatar muitos problemas na comunidade maiata.
Qual será o papel da cultura? Será que é só enaltecer valores nobres? A chegada desta obra veio repensar como o poder local implementa as suas obsoletas políticas culturais. A população tem sede de cultura, é essencial programar constantemente concertos ao ar livre, apresentar sessões de cinema nas escolas públicas, incentivar a produção cultural local e produzir exposições mais atrativas.
A população não percebe esta obra e tem muita razão em questionar o valor despendido no projeto. O que falta fazer?
Nelson Maia, Março 2021