O Orçamento do Estado traz ganhos para todos os escalões de IRS que se traduzem em poupanças no final do ano. Depois da revisão do OE 2023, a classe média é quem vai beneficiar menos com as alterações.
Na tarde de segunda-feira, 10 de outubro, o ministro das Finanças, Fernando Medina apresentou um gráfico intitulado de “As três alterações no IRS de 2023 geram ganhos importantes”.
Nesse gráfico foi possível constatar que, para quem ganha menos de mil euros, os ganhos são maiores do que no passado, sendo que o mesmo deverá acontecer nos rendimentos superiores a três mil euros brutos, tendo por base de comparação a revisão dos escalões de IRS que se verificaram em 2018 e 2022.
Relativamente a quem recebe entre os 1.000 e os 3.000 euros brutos, a única fatia da distribuição de rendimentos fica aquém do que ganhou no passado com as mudanças de escalões de IRS.
“Relativamente às poupanças de 2022 para 2023, e considerando o mesmo tipo de rendimento verificamos é que as poupanças são transversais a todos os níveis de rendimento, com maior incidência nos ní0veis de rendimento mais baixos até mil euros, e vão progressivamente aumentando abrangendo os escalões de rendimento mais elevados”, afirma à Renascença, a fiscalista da EY, especialista em IRS, Anabela Silva.
Anabela Silva diz que “quando comparamos com revisões de anos anteriores, é que as poupanças, nomeadamente em 2022 e 2018, incidiram mais sobre os rendimentos entre os 1.000 e os 3.000 euros, os rendimentos da classe média”. Isto, na ótica da fiscalista, justifica o porquê de o Governo falar de reformas do IRS que são “complementares”.
Ainda assim, Anabela Silva diz ser inegável que “os ganhos se distribuem de forma diferente nos ganhos de 2022 para 2023, do que nas revisões anteriores”, sendo que foco foi a classe de rendimentos entre os 1.000 e os 3.000 mil euros.
