Uma boa cubana do Zoo da Maia reproduziu-se em 2013 e 2017, apesar de não estar em contacto com qualquer macho da sua espécie desde 2006.
A notícia de que, nos Estados Unidos, uma cobra de 62 anos teve crias apesar de não contactar com machos há 20 anos está a correr o mundo mas há um artigo científico português, publicado em fevereiro de 2020, que mostra que há pelo menos um caso semelhante registado em Portugal.
Uma boa cubana (Chilabothrus angulifer) do Zoo da Maia também se reproduziu em 2013 e 2017, apesar de não estar em contacto com qualquer macho da sua espécie desde 2006, quando o seu parceiro morreu. O caso desta cobra intrigou investigadores portugueses e espanhóis, que acabaram por concluir que este será o primeiro caso registado de uma reprodução por partenogénese nesta espécie.
A partenogénese é um fenómeno biológico que possibilita o crescimento e desenvolvimento de um embrião sem fertilização.
No primeiro episódio, registado em 2013, esta fêmea depositou uma “massa amarelada de ovos não desenvolvidos e deu à luz a um nado morto que foi sujeito a análises genéticas que permitiram determinar que o embrião foi resultado de um fenómeno de partenogénese facultativa. Em 2017, esta mesma cobra “deu à luz um nado morto e depositou múltiplos ovos não-embrionados”.
A fêmea, que não tinha contacto com um macho há 13 anos, não armazenou o esperma do último parceiro, algo que já foi observado noutras espécies de cobras, demonstrou o estudo. O caso mais longo de armazenamento de esperma de uma cobra é de sete anos e seis meses.
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