Na passada quarta-feira foram detidos seis cidadãos estrangeiros, com idades entre os 39 e os 56 anos, após terem agredido e esfaqueado um comerciante. Ao que tudo indica, o comerciante recusou pagar “uma “taxa” por cada caixa de produtos têxteis que vendesse. Para além disso, o grupo era ainda proprietário de uma plantação de liamba (espécie de cannabis) na Maia.
Segundo o comunicado da PJ, foram realizadas 10 buscas entre domicílios e vários estabelecimentos, localizados na Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Porto e Maia. No final das buscas, os seis homens foram detidos e indiciados pela prática dos crimes de associação criminosa, homicídio na forma tentada, extorsão, tráfico de estupefacientes, detenção de armas proibidas e furto qualificado.
O processo de investigação a esta organização criminosa iniciou-se em abril de 2021 quando um comerciante, em Vila do Conde, foi abordado por um grupo de seis cidadãos para pagar uma “taxa” por cada caixa de produtos têxteis que vendesse.
“Face à sua recusa em pagar, foi visitado por mais duas vezes, sendo sempre ameaçado de morte, caso não cumprisse as exigências, até que em finais de agosto foi violentamente agredido a soco, pontapé e com arma branca, tendo-lhe sido infligidos golpes profundos a nível torácico suscetíveis de lhe causar a morte, a qual não veio a ocorrer por mero acaso”, destacou a Polícia Judiciária.
Com o desenrolar das operações, foram descobertas na Maia quatro estufas destinadas à plantação industrial de liamba, uma substância ilegal. Segundo afirmou a Polícia, “Estas estruturas estavam dotadas com um complexo sistema elétrico, com lâmpadas de aquecimento de 400W, ventoinhas, extratores de ar, filtros, vasos, sacos de terra e fertilizantes, destinados à produção e secagem, em grande escala, de produto estupefaciente”.
Assim, da operação resultou a apreensão de 2077 pés da planta cannabis sativa (liamba), com um peso total de 276 quilos, uma arma de fogo e algumas munições, documentos de identificação, vários passaportes presumivelmente falsos e milhares de euros em dinheiro.
Os detidos vão agora ser ouvidos em primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação.